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Santa Rita de Cássia

Não são poucos os santos que chegaram à santidade por meio de um longo processo de aperfeiçoamento espiritual através do que os moralistas acharam os "três estados de vida": casamento, viuvez, vida religiosa. Na idade Moderna, poderíamos lembrar, entre outros, de S. Francisco de Borja, governador e duque, que se fez jesuíta depois de perder a esposa e casar seus filhos, chegando a ser terceiro geral da Companhia de Jesus; S. Afonso Rodrigues, também jesuíta, após a morte de sua esposa a de suas duas filhas; Santa Francisca Romana, fundadora das Oblatas de Maria; Santa Luíza de Marillac, fundadora das Irmãs da Caridade; Santa Francisca Fremiot de Chantal, fundadora das Salesas...

Santa Rita de Cássia (1381-1457) petenceu a este grupo, pois ela também foi casada, Viúva e religiosa. Há, contudo, uma diferença fundamental entre ela e os Santos acima mencionados: o casamento não foi para ela, como para Francisco de Borja ou Luíza de Marillac, uma etapa de harmonioso crescimento espiritual, mas um período de terrível provação.

Casada aos treze anos, teve de suportar durante dezoito longos anos os excessos de um marido duro e cruel. Quando morreu assassinado, Rita ofereceu a Deus a vida de seus dois filhos, João e Paulo Maria, determinados a vingar a morte do pai. Os dois morreram antes de consumar a vingança. Pede então ser admitida no convento das freiras agostinianas. E-lhe negado por não ser virgem. Insiste três vezes. A lenda revestiu poeticamente esse fato, fazendo-a ser introduzida no convento milagrosamente por seus três santos protetores. Por isso é invocada como advogada dos impossíveis.