Ferris Bueller's Day Off

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00mercoledì 3 agosto 2016 11:29
Ferris Bueller's Day Off
Ferris Bueller's Day Off
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Ferris Bueller's Day Off (Curtindo a Vida Adoidado (título no Brasil) ou O Rei dos Gazeteiros (título em Portugal)) é um filme norte-americano, do gênero comédia, dirigido por John Hughes, considerado "o mestre dos filmes adolescentes dos anos 1980". Sua estreia se deu a 11 de junho de 1986.

O filme, cuja história trata de um jovem que, para aproveitar a vida, finge estar doente para matar aula junto com sua namorada e o melhor amigo,[5] é visto pela crítica moderna como um clássico e um paradigma do cinema da década de 1980,notável por ser uma obra cinematográfica que o espectador não se cansa de rever – muito embora a maior parte das apreciações iniciais tenha sido negativa.

A interpretação de Matthew Broderick, escolhido pessoalmente por Hughes para o papel, e posteriormente indicado ao Globo de Ouro de 1987 na categoria de melhor ator em comédia / musical pelo seu trabalho, é atualmente aclamada por críticos, como o brasileiro Rubens Ewald Filho, que a têm como o melhor trabalho do ator.

Em 2006, a revista brasileira Veja, ao comentar o lançamento do DVD do filme, vinte anos após sua estreia, disse ser uma obra definitiva e insuperável no estilo, e que não envelheceu: todo o tempo festeja a alegria de viver, em cenas antológicas. Para Peter Reiher, as cenas de sala de aula justificam o preço do ingresso: fazem-no lembrar os tempos de escola, quando todos enfrentam aulas chatas e professores enfadonhos.

Enredo

Ferris: Como podem esperar que eu vá para a escola num dia como este? [SM=g27989]

John Hughes escreveu o roteiro em apenas dois dias, e contou com várias cenas de improviso dos atores.[15] O filme se desenrola da seguinte maneira:[16][17]

Toda a história do filme passa-se na cidade norte-americana de Chicago; era o dia 5 de junho de 1985.[14] Ferris Bueller é um jovem aluno do último ano do colegial e pretende faltar às aulas naquele dia de sol. Assim, finge estar doente, enganando os pais, mas não a irmã Jeanie (Jean/Shauna), que se revolta com o sucesso dos ardis do garoto.

Tão logo se vê sozinho em casa Ferris prepara seu quarto para simular sua presença, e convoca seu melhor amigo, o hipocondríaco Cameron Frye, a buscá-lo em casa. Enquanto isto o Diretor do colégio, Ed Rooney, telefona para a Srª Katie Bueller para comunicar a falta do filho. Ferris naquele ano, ao contrário de seu desejo de ganhar um carro, fora presenteado com um computador e, enquanto o Diretor vê em seu monitor (ecrã) as nove faltas do aluno, Ferris invade a máquina do colégio e as reduz para somente duas. A mãe confirma, entretanto, que o jovem estava realmente doente.

Junto a Cameron, consegue mais uma vez enganar o Diretor: desta vez através de um telefonema dizem que a avó de sua namorada, Sloane Peterson, havia falecido. Para irem buscá-la, entretanto, Ferris convence seu amigo a pegar a Ferrari do pai dele. O carro, dos anos 1960, foi restaurado e é a paixão do pai de Cameron, que revela ser preferida pelo pai mais que a esposa e ele próprio. Ante a resistência do amigo, pois o pai sabia de memória a quilometragem do automóvel, Ferris sugere que voltem para casa em marcha a ré o que, segundo ele, faria retroceder o marcador.

Assim, após se reunirem a Sloane, os três partem para o centro de Chicago, onde começa a série de aventuras. Guardando a Ferrari numa garagem pública, não percebem que dois garagistas decidem aproveitar a oportunidade para passearem em um carro tão especial. Dali, começam as aprontações de Ferris, que incluem fazer-se passar pelo "Rei da Salsicha de Chicago" e assim obterem uma mesa no exclusivo restaurante "Chez Quis", visita a museu (Art Institute of Chicago, onde Cameron parece se identificar com uma criança retratada por Georges-Pierre Seurat), ida ao Wrigley Field, estádio da equipe de beisebol Chicago Cubs, ao Sears Tower e até a participação numa parada alemã, em que Ferris faz toda a cidade dançar ao som de Twist and Shout dos Beatles.

Enquanto isto os alunos do colégio, acreditando que Ferris esteja verdadeiramente muito doente, iniciam uma campanha de arrecadação de fundos para comprarem-lhe um novo rim. Em várias partes da cidade, não apenas do colégio, a notícia da doença do jovem se espalha, bem como a campanha "Save Ferris" ("Salve Ferris"), que será lida em vários momentos do filme: numa imensa caixa d'água redonda, na porta do estádio de beisebol, no caderno de um aluno, etc.

Tudo isso faz com que sua irmã e o Diretor resolvam, cada um por si, desmascarar a farsa. O Diretor sai às ruas, tentando flagrar o gazeteiro em lugares frequentados por jovens e, fracassando, decide visitar o "doente" em sua casa. Ao tocar a campainha, uma gravação responde, como se Ferris estivesse em casa. Insistindo, Rooney percebe o truque e resolve invadir a residência, onde é atacado pelo cão de guarda. Quando a irmã vai para casa com o mesmo objetivo, entra pela porta de frente e, lá dentro, vê que Ferris tinha colocado um boneco sobre sua cama; tenta telefonar para a mãe no trabalho, mas não a encontra. Quando está falando, escuta ruídos na cozinha e, acreditando ser o irmão, desce para lá, dando de cara com o Diretor, que entrara pelos fundos. Shauna, com o susto, dá-lhe um golpe na cabeça e corre para seu quarto, ligando para a polícia para comunicar a invasão mas, lá embaixo, Rooney vê seu carro sendo rebocado e sai – de modo que, quando a polícia atende ao chamado, acaba por levar a garota à delegacia por passar trotes.

Os três amigos encerram as brincadeiras e voltam à garagem, justo no momento em que o carro deles chega do passeio. A quilometragem, que imaginaram ser reduzida, estava três vezes maior que a originalmente marcada. Cameron fica em estado de choque e assim permanece por um bom tempo, sendo colocado pelo casal amigo numa cadeira junto à piscina de sua casa, enquanto os outros dois se banham, imaginando como farão para solucionar o problema.

Na delegacia, Jean Bueller conhece um jovem delinquente (vivido por Charlie Sheen) e acabam se beijando. Os três amigos resolvem colocar o carro em marcha a ré, erguido pelo macaco, na garagem da casa. Cameron decide enfrentar o pai pela primeira vez na vida, ao perceberem que tal estratégia não dava resultado algum e o marcador permanecia parado. Chutando o carro, este se solta do macaco e cai na alta ribanceira dos fundos da casa, ficando totalmente destruído.

Ferris tem de voltar para casa correndo a fim de chegar antes de seus pais. Tem início uma disputa entre ele, sua irmã, seu pai e o diretor – com o desfecho que leva a concluir, mais uma vez, que o momento deve ser aproveitado, pois se é jovem apenas uma vez na vida.

Enquanto os créditos do filme rolam na tela é mostrado o diretor, Sr. Rooney, andando esfarrapado após, sem sucesso, tentar alcançar o guincho que rebocara seu automóvel. O ônibus escolar de seu colégio então pára, e ele aceita a carona. Quando os créditos terminam, Ferris aparece como se estivesse saindo do banho, enrolado numa toalha e fala à plateia: "Vocês ainda estão aí? Já acabou! Vão para casa! Vão!"[

Análise do enredo

"Uma simples descrição do enredo não faz justiça a este filme, como nenhuma descrição sumária de enredo não faz justiça a uma boa comédia (...) não se esqueça de ficar até o final dos créditos."
– Peter Reiher


O cineasta Scott Murray, co-editor de Senses of Cinema, fez uma análise da história tomando por base o depoimento de seu diretor/roteirista, John Hughes, gravado dezesseis anos após o lançamento do filme.

Murray inicia sua apreciação pela cena da piscina, quando Ferris está irritado por Cameron haver simulado seu afogamento; Hughes revela, no DVD, que "[Ferris está] verdadeiramente irritado aqui. Ele realmente não gosta de ser enganado. Ferris não é realmente um cara legal. Ele é um cara interessante, ele é uma pessoa interessante. Ele não é, necessariamente, virtuoso."[nota 4] Para Murray, o autor narra uma cena diversa daquela que o espectador assiste, pois a irritação de Ferris se dá por brincadeira, porque Cameron o deixou preocupado. Rebate, ainda, a afirmação de Ferris não ser um cara agradável – que o diretor afirma, segundo ele, sem qualquer fundamentação: Ferris é atrevido, travesso e arrogante, como James Bond, mas o que ele faz é "chamar para si" (a direção de seu destino) – algo que todos, inclusive Cameron, devem fazer – o que "salva" o amigo de sua vida passiva: sendo, portanto, bastante virtuoso.

Outra passagem em que o diretor diverge do analista é aquela onde Cameron telefona ao diretor Rooney e comete um erro ao exigir sua presença no local do encontro junto a Sloane. Hughes informa que então, para "pagar pelo erro", Cameron se vê forçado a emprestar a Ferrari do pai. Murray observa que o próprio roteirista sugere um total improviso de Ferris em propor justo aquele carro, como punição a Cameron; mas o enredo, segundo Murray, deixa passar a ideia oposta, a de que Ferris todo o tempo planejava usar exatamente a Ferrari, e apenas se aproveitou do erro do amigo: tanto isto seria verdade que o pai de Cameron possuía diversos carros que poderiam servir como veículo do "pai de Sloane" – mas a escolha recai justamente naquele que nunca saía da garagem.

Todo o enredo demonstra que Ferris preparou calculadamente cada passo daquele dia, a fim de dar algo realmente inesquecível ao amigo Cameron, capaz de fazê-lo recordar por anos. Como prova disto Murray indica a cena da parada, em que Ferris surge no carro ao lado das mulheres em roupas típicas – e as seis que ali estão não estranham a sua presença: Ferris já vinha ensaiando no chuveiro a música Danke Schoen, tudo já estava previamente concertado.

Murray conclui que Hughes parece não ter plena consciência do brilhantismo e complexidade de sua própria história; tanto que não justifica porque o "Rei da Salsicha de Chicago" não aparece para o almoço no "Chez Quis".

Roz Kaveney, autor LGBT, é de opinião que o enredo deixa de modo subliminar que Cameron gosta de Ferris, mas que este sempre se esquiva, tal como na cena em que este retorna da aparente catatonia e declara que o amigo é o seu herói. Para ele, ainda, a cena da parada é apoteótica, e nela Ferris torna-se Dioniso por alguns minutos. Conclui que a contribuição do filme para o gênero adolescente é a lição de que é possível ser legal e popular sem ser rico ou um ídolo dos esportes.

Larry Granillo, analisando a partida de beisebol assistida por Ferris e seus amigos, constatou que a partida, que iniciara às 13:25 h, teve a cena quando o rapaz conseguiu apanhar a bola rebatida após as 16 h. Segundo suas contas, para que ele dali fosse ao Instituto de Artes, ao Lago Michigan, à Sears Towers, à casa de Sloan e ainda executar dois números musicais no lendário desfile, teve um tempo de 1:45 h para estar em casa às 17:55 h - algo difícil, mesmo que não tivesse encontrado qualquer tráfego.

Elenco

O núcleo principal do filme foi composto por seis personagens, enquanto o de apoio teve como destacados, oito

Ferris Bueller, interpretado por Matthew Broderick, segundo Laura Schellhardt, é o modelo do personagem mentiroso: "Ferris é um perito na mentira. Ele finge estar com febre; ele representa ser o pai de sua namorada; ele mente aos amigos, parentes e autoridades, tudo para evitar ter de ir para a escola." Janet Staiger define o personagem como arquétipo do rapaz estadunidense, um herdeiro de Tom Sawyer misto com Andy Hardy, sendo charmoso e carismático.

Alan Ruck interpreta Cameron Frye, o melhor amigo de Ferris, que é rico, infeliz e impopular, e ainda medroso, hipocondríaco, desajeitado e com problemas de relacionamento com o pai.
Jeffrey Jones, numa performance "deliciosamente cômica" interpreta o diretor da escola, Ed Rooney, um homem que tem horror a Ferris e busca um pretexto para dele se livrar.

Jennifer Grey faz Jeanie Bueller, a irmã ranzinza e ciumenta, obcecada em apanhar Ferris na sua escapada. Para a pesquisadora Janet Staiger, entretanto, a garota descobre que não possui as mesmas armas do irmão mais novo: enquanto ele consegue safar-se, ela é detida; mas ao final o filme sugere que sua capitulação aos garotos, seja ao seu irmão, seja à "imitação de James Dean da delegacia", é a porta para sua felicidade.Jeanie se distancia de Ferris porque ele faz coisas que ela jamais ousaria fazer.
Mia Sara interpreta Sloane Peterson, a linda namorada britânica que acompanha Ferris.
Edie McClurg interpreta Grace, a intrometida secretária de Rooney. Apesar de estar em plenos anos 80, ela mantinha um visual da década de 1960, com um cabelo alto com bastante laquê, onde esta enfiava vários lápis.

Personagens menores
Cindy Pickett interpreta a mãe de Ferris, Katie Bueller;
Lyman Ward interpreta Tom Bueller, o pai; ele e Cindy Pickett se casaram após as filmagens.
Ben Stein interpreta o monótono professor de economia da escola;
Del Close interpreta Sr. Knowing, o professor de inglês;
Virginia Capers interpreta a enfermeira Florence Sparrow;
Richard Edson interpreta o atendente da garagem, que sai com o carro do pai de Cameron, o deixando em choque ao ver a quilometragem alterada;
Kristy Swanson interpreta Simone Adamley, uma das alunas de economia;
Charlie Sheen interpreta o delinquente na delegacia de polícia. Possui uma aparição pequena mas agradável, em que demonstra seu carisma natural, segundo Pete Reiher. David Neidorf estava escalado para o papel, mas fora convidado para o elenco de Hoosiers, sendo substituído por Sheen. Este foi um dos primeiros papéis dele, no cinema e, para dar a impressão de estar drogado, consta que ficou mais de 48h sem dormir.[29]
Jonathan Smocky interpreta o arrogante maitre do restaurante Chez Quiz.

FONTE: pt.wikipedia.org/wiki/Ferris_Bueller%27s_Day_Off







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00mercoledì 3 agosto 2016 11:31
Música
David Mansour, na sua "Enciclopédia de Cultura Pop do Final do Século XX", resumiu a trilha da comédia como "um mix eclético de músicas, que incluem "Oh Yeah" do Yello, "Danke Schoen" de Wayne Newton, e "Twist and Shout" dos Beatles"

Além destes, o filme contou com outros sucessos de várias épocas, como "Please Please Please Let Me Get What I Want" e "The Edge Of Forever" na versão de The Dream Academy, a composição "Jeannie" feita para o seriado Jeannie é um Gênio por Hugo Montenegro, dentre outras.

Fred Karlin e Rayburn Wright, analisando o uso da música nas obras de Hughes, lembram como este faz citações musicais e referências a canções bastante conhecidas, como na cena em que Ferris, vestindo um terno para fingir ser o pai de Sloane, entra na cozinha de sua casa e diz "Bueller – Ferris Bueller" tendo ao fundo a música de Ira Newborn que, junto ao timbre acentuado da voz, fazem clara alusão ao trabalho de John Barry nos filmes de James Bond.

Jen Chaney, do The Washington Post, disse que "O clássico de John Hughes se destaca como uma das raras comédias que refletem bem a sua época – meados dos anos 1980, como se pode ver pelo sintetizador de Ferris, e por Sigue Sigue Sputnik na trilha sonora."[45] Já Mathew Broderick relembra que a ideia de cantar Danke Schoen no banheiro foi dele: enquanto filmavam a cena ele resolvera ensaiar a canção, que deveria cantar durante a cena da parada e que nunca antes escutara, fez então um moicano no cabelo e cantou; o diretor Hughes não cortou o improviso e usou-o no filme – revelando, segundo o ator, sua genialidade.

O uso da música clássica nesta comédia é lembrado por Melanie Diane Lowe como um identificador da cultura elitista e esnobe que há no centro dos Estados Unidos da América. A visita dos jovens ao restaurante de alta cozinha Chez Quis, onde Ferris finge ser o rei da salsicha de Chicago apesar de estarem inadequadamente vestidos, a situação de conflito com o maître é secundada pela execução do Minueto de Boccherini do Quinteto para cordas em mi maior; já o Quarteto de cordas n.20 em ré maior "Hoffmeister" K.499, de Mozart, retrata o momento em que Ferris sai vitorioso. Apesar de ter se infiltrado no detestável e esnobe mundo da classe-média, Ferris mostra depois a "sua" música, quando canta Twist and Shout.

Em 2008 a revista Rolling Stone escolheu as melhores músicas dos filmes da década de 1980, e "Oh Yeah" de Yello, integrante da trilha de "O Rei dos Gazeteiros" ficou em nono lugar. Já Dan Thornton, da Car Magazine, elegeu como a melhor cena do filme aquela em que os dois garagistas não escondem sua satisfação e se entregam ao prazer de guiar a Ferrari, voando com ela por Chicago ao som do tema de Star Wars.
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00mercoledì 3 agosto 2016 11:33
Filmagem
O filme foi rodado em 1985, tendo por principais locações os subúrbios de Chicago de Northbrook, Glencoe e Highland Park, e em Los Angeles. A parada do Dia de Von Steuben foi gravada no dia 28 de setembro, um sábado. A maior parte do filme se passa em volta do campus do New Trier High School, em Northfield. As cenas urbanas ocorrem no centro de Chicago e em Winnetka (interior da casa de Ferris, escritório da mãe, etc). Já o exterior da casa de Ferris (fotografia mais abaixo) está situado em Long Beach, na Califórnia, enquanto a casa modernista de Cameron Frye fica no 370 Beech Street, em Highland Park, e foi obra dos arquitetos A. James Speyer e David Haid, e pertenceu ao fotógrafo Ben Rose.A Ben Rose House e o Car Museum (espaço "imortalizado" por ter sido onde foi lançada a Ferrari) tornaram-se, posteriormente, atrativos turísticos de Chicago.

Segundo o professor de artes Franz Shulze, do Lake Forest College, durante a filmagem da sequência que mostra a queda da Ferrari pela janela foi feita de modo a garantir a integridade da construção – o pavilhão que serve de garagem é obra pioneira, projetada por David Haid para abrigar a coleção de carros do proprietário. A mansão, cercada por árvores que ocupam uma área livre de 5.300 m², foi construída em 1953 com quatro dormitórios e três suítes; em 2011 foi posta à venda pelo valor mínimo de 1,65 milhão de dólares; situa-se a 25 milhas ao norte de Chicago.Em 2009 o imóvel foi relacionado como um dos patrimônios arquitetônicos mais ameaçados de Illinois, o que não procede já que o mesmo é tombado; assim, não pode ser demolido, a menos que perca esta proteção.

Sarah Sherman, analisando o papel da obra de Seurat na cultura popular, traz como exemplo maior a cena da visita ao museu em que Cameron Frye detém-se na obra-prima do mestre pós-impressionista; a autora revela que a decisão de Hughes em efetuar um zoom na imagem e no rapaz, mostra como a arte pontilhista pode encantar e, ainda, demonstrar que o público pode reconhecer o trabalho do artista até mesmo pelos pontos contrastantes e sua infinidade de cores aparentemente não relacionadas. Segundo ela, Cameron fica perplexo, o que se comprova por menear a cabeça para observar melhor, diante da imensa pintura que retrata uma cena de um século antes, em que se destacam uma mulher com sombrinha e um pequeno macaco; somente quando a câmera se aproxima é que o espectador tem a percepção daquilo que intriga Frye, a centímetros de distância: os milhões de pontos que, colocados individual e estrategicamente, acabam por formar a figura maior.
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00mercoledì 3 agosto 2016 11:35
Direção
Peter Reiher acentua que o personagem de Broderick é uma verdadeira "armadilha" para o diretor: sua falta de caráter poderia facilmente ter levado o público a odiá-lo – mas Hughes consegue estabelecer uma espécie de cumplicidade do espectador, fazendo com que Ferris fale diretamente a quem assiste. O comentarista acentua que o diretor encontrou os momentos corretos para fazer os cortes das tomadas, bem como imprimiu ao filme um ritmo acelerado, mas não o bastante para que se percam os detalhes.

Roz Kaveney diz que este trabalho é, paradoxalmente, o mais completo dos filmes adolescentes de Hughes e o menos influente, sendo o que mais longe avança na exploração dos elementos de burlesco, mostrando seu domínio como diretor e roteirista. Ali mantém o elemento anárquico de seus filmes anteriores, muito além do que em Weird Science mas, também, apresenta elementos que prenunciam o triste declínio de seu trabalho nas duas décadas seguintes.

Este declínio do diretor parece demonstrar algo que foi indicado por Gene Siskel, na crítica feita no Chicago Tribune ainda em 11 de junho de 1986; ali Siskel diz que Hughes, com este filme, não faz jus à fama que tem como o cineasta americano que melhor compreende os jovens. Informa que, com o sucesso anterior de Sixteen Candles e The Breakfast Club, o autor-diretor conseguira um contrato de longo prazo que, tal como se dá com atletas que firmam acordos assim, faz perder o incentivo por melhores produções. Acentua que Hughes quer produzir, escrever e dirigir depressa demais, gerando filmes ruins como este. Como "prova" de que isto era uma verdade, apontava a decisão de Hughes em deixar que Martha Coolidge dirigisse seu próximo filme.

Pela Paramount Hughes realizou este filme e ainda Planes, Trains & Automobiles mas exigiu um valor considerado muito alto pelos executivos para a renovação do contrato, retornando "furioso" para a Universal, de onde havia saído.

Após a filmagem de Ferris Hughes já havia ficado milionário, tornou-se cada vez mais recluso e afastou-se das pessoas mais próximas do show bizz; mudou-se de Los Angeles em 1990 e voltou para Chicago - onde chegou a mandar erguer um monte para encobrir a visão de sua casa. Sua influência sociológica sobre uma geração foi, contudo, inegável.
gesd23
00mercoledì 3 agosto 2016 11:37
Retratos de Chicago, por John Hughes
O autor/diretor John Hughes, morto em 2009, revelou que muito daquilo retratado no filme é como uma carta de amor a Chicago, para cujos subúrbios mudou-se com a família quando estava cursando a sétima série. Para ele ninguém reclama, por exemplo, quando Woody Allen filma Nova Iorque, mas isto ocorrera por ele mostrar a sua cidade. No filme procurou retratar não somente os locais mais marcantes – a arquitetura, as paisagens – mas sobretudo o "espírito". A parada que retrata a cultura alemã, sua passagem favorita no filme, por exemplo, reflete o fato de que muitos alemães estiveram na origem de Chicago, e o próprio sobrenome de Ferris – Bueller – é germânico.

Ainda sobre o Appreciation Day Parade, em homenagem ao general teuto-americano Von Steuben, houve uma coincidência, pois esta se deu justamente quando as filmagens ocorriam. Hughes afirmou, sobre a cena: "Nós tínhamos 10 mil pessoas ali – todas de Chicago – e não houve um único incidente! Aquela é Chicago! Aquelas são suas faces reais, pessoas reais!" As cenas de dança, contudo, foram coreografadas por Kenny Ortega.

Também a cena do restaurante Chez Quis Hughes havia se baseado nos tempos em que ele e um amigo mentiam para entrar no exclusivista Union League Club da cidade.

O jogo do Chicago Cubs, no qual Ferris apanhou uma bola rebatida na sua ida ao estádio de beisebol Wrigley Field, e que foi-lhe a salvação no final do filme, ocorreu no dia 5 de junho de 1985, e o time perdeu a partida para o Atlanta Braves após um empate em 2 a 2 até os últimos instantes. Na cena em que o diretor Rooney pergunta o placar num bar onde procurava por Ferris o resultado informado pelo atendente era ainda 0 a 0. Coincidentemente, no dia da estreia do filme, a 11 de junho do ano seguinte, o time voltou a perder, desta vez para o Pirates, em Pittsburgh[64] O escritor Larry Granillo, estudioso dos Cubs, sendo uma das quatro partidas que o Cubs disputara contra o Braves em 1985, confirma que a data do jogo foi mesmo aquela de 5 de junho; ele acrescenta que o rebatedor do Braves, que foi insultado por Cameron e também o mesmo de quem Ferris apanhou a bola rebatida foi Claudell Washington; O Cubs perdeu o jogo por 4 a 2.

Até mesmo a torre da caixa-d'água, erguida em 1953 e que abastece o subúrbio de Northbrook, onde a célebre frase Save Ferris foi pendurada numa faixa e que aparece em "pequeno papel", teve sua importância debatida em 2009 pois se programou para o seguinte sua demolição para aumento da capacidade; na ocasião diversos moradores se manifestaram pela manutenção daquele marco local, que lembra os momentos da filmagem da obra sobre o jovem gazeteiro.

Finalmente, um lado sofisticado da cidade foi exibido, sobretudo na visita ao Art Museum; Hughes definia o lugar como um "refúgio" para onde ia nos tempos de colégio. O filme foi, então, a oportunidade de exibir suas pinturas prediletas. Além do quadro pontilhista de Seurat, exibido com maior detalhe, o filme mostra especialmente os quadros Improvisação 30 (Cannon), de Kandinsky, o Nu Sob Pinheiro, de Picasso e Nighthawks, de Hopper.

Em Chicago conhecer esta obra de Hughes se constitui numa obrigação para todos os naturais da cidade, sendo considerado um "blasfemo" quem não o tenha assistido, um verdadeiro pária.


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