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Catolicismo - comentários, notiícias e artigos

Ultimo Aggiornamento: 03/10/2008 19:13
09/03/2006 05:20
 
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A não violência cristã



Ives Gandra Martins


Advogado

Os recentes episódios envolvendo a publicação de caricaturas do profeta Maomé em jornais da Dinamarca, com violenta reação de seus atuais seguidores e até manifestações de solidariedade do governo Bush - cujos atos não têm denotado especial respeito às convicções islâmicas, no Iraque e no Afeganistão - merecem algumas reflexões paralelas.
A primeira delas é que, na defesa de sua fé, os seguidores de Alá não têm limites. Chegam ao fanatismo e ao ponto de sacrificar as próprias vidas pela supremacia de sua fé, considerando todos os que não a professam, infiéis a serviço de forças demoníacas.

A segunda é que também o povo judeu está sempre pronto a reagir a qualquer manifestação que, direta ou indiretamente, possa tisnar sua cultura, sua fé, sua história, considerando-a logo expressão de comportamento anti-sionista e saindo em defesa de seus valores. É o que aconteceu, recentemente, quando a comunidade judaica mobilizou-se para proibir a circulação de livro que punha em dúvida a extensão do holocausto, obtendo sucesso perante a Suprema Corte do Brasil.

Certamente, a capacidade de reação desses dois povos é que tem feito como que jornalistas, escritores e artistas se abstenham de tecer maiores críticas sobre seus valores, costumes e crenças, tanto que poucas vezes, são colocados em xeque ou ridicularizados.

A liberdade de imprensa e de opinião é exercida com muita cautela, cuidado e reticências, quanto à crença de islâmicos e hebreus.

O mesmo não ocorre quando se trata dos valores cristãos. Cristão quer dizer seguidor de Cristo. De rigor, os verdadeiros cristãos não são tantos assim, pois muito se dizem seguidores de Cristo, mas não seguem Suas lições. Apesar do rótulo que ostentam, ainda têm que percorrer um bom caminho para aceitar, até as últimas conseqüências, os compromissos que ''Deus feito homem'' assumiu pela humanidade ao morrer na cruz, transformando-a no seu símbolo maior.

Os verdadeiros cristãos, todavia, são aqueles que aprenderam a principal lição de Cristo, ou seja, ''a não violência'', o dar a outra face, o respeito pelo outro, para, na busca da paz, levar os corações a Deus.

É, talvez, por esta razão que alguns jornalistas, artistas, escritores, intelectuais, agnósticos ou ateus, que não têm coragem de atacar os costumes e as crenças -por mais ortodoxos e severos que sejam - de judeus e islâmicos, não se constrangem em criticar, atacar, ridicularizar a figura de Cristo, dos santos, das instituições da Igreja, formulando teorias, sem qualquer base histórica ou de realidade. Por saberem de antemão que a característica dos cristãos é não reagir, elegem-nos como alvo preferencial de suas críticas, ataques e ridicularizações.

Prova inequívoca são os filmes dedicados a deturpar a vida de Jesus, a conspurcar a figura de Maria, Sua mãe. Ou charges como aquelas publicadas recentemente, retratando o Papa Bento XVI, na Alemanha, segurando sua batina branca, em pose semelhante à de Marilyn Monroe, em célebre filme, para evitar que o vento levantasse sua saia. Apesar do mau gosto e do desrespeito, a grosseria não mereceu nenhuma reação da Igreja Católica, o que contrasta com a espetacular violência deflagrada no mundo islâmico, à vista daquelas outras charges que motivaram este artigo.

Hoje, tornou-se ''politicamente correto'' ficar do lado da maioria, ter convicções às meias, ser tolerante com a degradação de costumes, criticar os valores permanentes, de defesa da dignidade do ser humano.

Sempre que o homem, no curso da história, propôs-se mais a ''aproveitar'' a vida do que a construí-la sobre o alicerce de sólidos ideais - como Políbio acentuou, em sua História - fez desaparecer a liderança e a falta de exemplo de seus líderes contaminou a sociedade e os Estados, tendo as civilizações decaído.

Voltando, todavia, ao tema, estou convencido de que, nada obstante a ''não violência'', característica do cristão, poder atrair a preferência crítica dos que não têm coragem de exercê-la contra outras religiões, parecer ser essa, ainda, a grande lição de Cristo para a humanidade, neste momento que o mundo atravessa. A paz é uma grande aspiração e só é possível obtê-la por amor. A história tem demonstrado que, em doi mil anos, com perseguições de toda a natureza - desde os tempos romanos até o marxismo e o materialismo do século 20 - essa continua sendo a melhor lição que os cristãos poderiam dar. Os que atacam a doutrina cristã e seus propagadores, surgem e desaparecem, mas a mensagem de paz, de não violência, dos seguidores de Cristo - aqueles que verdadeiramente compreendem o sentido do mandamento de amar ao próximo, que Ele nos deixou - permanece, para o bem da humanidade.

Jornal do Brasil
09/03/2006 05:39
 
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Brasil: Lançada a Campanha da Fraternidade 2006

Iniciativa do episcopado discute «Fraternidade e pessoas com deficiência»

BRASÍLIA, quarta-feira, 1 de março de 2006 (ZENIT.org).- A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou esta quarta-feira a 42ª edição da Campanha da Fraternidade, que tem por tema este ano «Fraternidade e pessoas com deficiência», e o lema: «Levanta e vem para o meio!» (Mc 3,3).

O lançamento da CF 2006 aconteceu pela manhã, em Brasília, durante a Missa das Cinzas, na capela Nossa Senhora Aparecida. A celebração foi presidida pelo secretário-geral do organismo episcopal, Dom Odilo Pedro Scherer.

O tema desta edição da Campanha da Fraternidade propõe uma reflexão sobre a realidade social e a problemática enfrentada pelas pessoas com deficiência, bem como a história de suas lutas e conquistas.

Propõe uma fundamentação bíblico-teológica sobre a dignidade e os direitos das pessoas com deficiência. Aponta para diversas pistas em vista de maior inclusão social e religiosa das pessoas com deficiência.

Grupos organizados de pessoas com deficiência, organizações e instituições de assistência, além de especialistas e pedagogos, contribuíram na promoção deste projeto.

As «deficiências» podem ser de 3 tipos: físicas, sensoriais e cerebrais. Os portadores de deficiência são surdos, cegos, mudos, doentes mentas e pessoas com deficiências motoras.

Segundo o cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da CNBB, a Campanha da Fraternidade convida «os fiéis e a todos que procuram a verdade e promovem o bem a rever a própria vida em vista de atender a uma exigência da caridade cristã em relação à fraternidade».

Para o cardeal, o tema deste ano assume «um caráter de reflexão e de estímulo para renovar, com mais força, o mandamento da caridade, especialmente por aqueles que sofrem algum tipo de deficiência, padecendo com fé e santa resignação as provações permitidas por Deus, carecendo, muitas vezes, de afeto e de acompanhamento e interesse por parte da sociedade».

De acordo com a CNBB, a Campanha da Fraternidade é um grande momento para a evangelização e seu objetivo é promover atitudes de verdadeira fraternidade e a verdadeira cultura da solidariedade social, coerentes com o ensinamento do Evangelho de Jesus.

A CF-2006 é ocasião para uma tomada de consciência sobre as condições geralmente difíceis das pessoas com deficiência e para desencadear muitas iniciativas de efetiva inclusão delas, diz a conferência episcopal.

09/03/2006 08:05
 
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Alocução de Paulo VI na última sessão pública do Vaticano II

Terça-feira, 7 de dezembro de 1965

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 8 de dezembro de 2005 (ZENIT.org).- Publicamos a alocução de Paulo VI na última sessão pública do Concílio Vaticano II, pronunciada no dia 7 de dezembro de 1965.




DISCURSO DO PAPA PAULO VI
NA ÚLTIMA SESSÃO PÚBLICA
DO CONCÍLIO VATICANO II




Terça-feira, 7 de Dezembro de 1965




Veneráveis Irmãos

Concluímos hoje o Concílio Ecuménico Vaticano II e concluímo-lo na plenitude do seu vigor e da sua eficiência. A vossa presença tão numerosa demonstra-o, a ordenada estruturação desta assembleia atesta-o, o legítimo epílogo dos trabalhos conciliares confirma-o, e a harmonia de sentimentos e propósitos proclama-o. Se não poucas questões, postas no decorrer do Concílio, ainda aguardam uma solução conveniente, isto indica sem dúvida que o Concílio não conclui os seus trabalhos no meio do esgotamento de forças mas antes no meio do entusiasmo que despertou; no período pós-conciliar, se Deus quiser, ele voltar-se-á de novo para estas questões com todo o empenho. Este nosso Concílio deixará à posteridade a imagem da Igreja que esta Aula representa, assim repleta de Pastores que professam a mesma fé, e respiram a mesma caridade; que estão unidos pela comunhão de oração, de disciplina, de entusiasmo; como isto é maravilhoso ¬ todos desejarem uma só coisa: oferecer-se como Cristo, nosso mestre e Senhor, pela vida da Igreja e pela salvação do mundo. O Concílio, porém, não deixa apenas à posteridade a imagem da Igreja, mas também o património da sua doutrina e dos seus mandamentos, isto é, o depósito que Cristo lhe confiou; depósito que no decurso dos tempos os homens sempre meditaram, transformaram, por assim dizer, no próprio sangue e exprimiram de algum modo no seu viver; depósito que agora, aclarado em muitos pontos, foi estabelecido e ordenado na sua integridade. Este depósito, vivo pela divina virtude da verdade e da força que o constituem, deve ser considerado apto para vivificar todo o homem que o acate piedosamente e dele alimente a sua própria vida.

O que foi este Concílio, e o que fez, seria o tema desta nossa meditação final. Mas isso pediria demasiada atenção e tempo, e não ousamos nesta hora última e solene fazer uma síntese de tão importante matéria. Preferimos perguntar a nós mesmos qual foi a importância religiosa do nosso Concílio. Com esta expressão, entendemos significar as nossas relações com. Deus, que bem declaram a existência da Igreja, a sua fé, a sua esperança, o seu amor, o que ela é, o que ela faz.

Podemos confessar que demos glória a Deus, que buscámos o seu conhecimento e o seu amor, que adiantámos no esforço da sua contemplação, na ânsia da sua celebração, na arte de o dar a conhecer aos homens que nos olham como Pastores e mestres dos caminhos do Senhor?

Acreditamos sinceramente que sim, até porque foi esta a intenção inicial e fundamental donde nasceu o propósito de celebrar o Concílio. Ressoam ainda, nesta Basílica de S. Pedro, as palavras pronunciadas no discurso inaugural do mesmo Concílio, pelo nosso predecessor de feliz memória, João XXIII, em quem, com toda a razão, podemos ver o autor deste Concílio Ecuménico. Dizia então aquele Pontífice: «O que mais impórta ao Concílio Ecuménico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz... O Senhor disse: «Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça». Esta palavra «primeiro» exprime, antes de mais, em que direcção devem mover-se os nossos pensamentos e as nossas forças» (1).

E o acontecimento correspondeu exactamente àquela ideia. Para o apreciarmos devidamente, é necessário recordar o tempo em que se levou a cabo este acontecimento: foi num tempo em que, como todos reconhecem, os homens estão voltados mais para a conquista da terra do que para o reino de Deus; foi num tempo em que o esquecimento de Deus se torna habitual, como se os progressos da ciência o aconselhassem; foi num tempo em que o acto fundamental da pessoa humana, mais consciente de si e da sua liberdade, tende a exigir uma liberdade total, livre de todas as leis que transcendam a ordem natural das coisas; foi num tempo em que os princípios do laicismo aparecem como a consequência legítima do pensamento moderno e são tidos quase como norma sapientíssima segundo a qual a sociedade humana deve ser ordenada; foi num tempo em que a razão humana pretende exprimir o que é absurdo e tira toda a esperança; foi num tempo, finalmente, em que as religiões étnicas estão sujeitas a perturbações e transformações jamais experimentadas. Foi neste tempo que se celebrou o nosso Concílio para glória de Deus, em nome de Cristo, com a inspiração do Espírito Santo que «tudo perscruta» e que continua a ser a alma da Igreja, «para que conheçamos os dons de Deus», (2) quer dizer, fazendo com que a Igreja conheça profundamente sob todos os aspectos a vida humana e o mundo. Mercê deste Concílio, a doutrina teocêntrica e teológica sobre a natureza humana e sobre o mundo atrai a si a atenção dos homens, como se desafiasse aqueles que a julgam anacrónica e estranha; e tais coisas se arroga que o mundo qualificará, de início, como absurdas, mas que depois, assim o esperamos, reconhecerá espontâneamente como humanas, como prudentes e salutares, a saber: Deus existe. Sim, Deus existe; realmente existe; vive; é pessoal; é providente, dotado de infinita bondade, não só bom em si mesmo mas imensamente bom para nós; é o nosso criador, a nossa verdade, a nossa felicidade, de tal modo que o homem, quando procura fixar em Deus a sua mente e o seu coração, entregando-se à contemplação, realiza o acto que deve ser considerado o mais alto e mais perfeito; acto, que mesmo hoje pode e deve hierarquizar a imensa pirâmide da actividade humana.

Dirá alguém que o Concílio, mais do que das verdades divinas, se ocupou principalmente da Igreja, da sua natureza, da sua estrutura, da sua vocação ecuménica, da sua actividade apostólica e missionária. Esta secular sociedade religiosa que é a Igreja esforçou-se por pensar sobre si mesma, para melhor se conhecer, melhor se definir e, consequentemente, melhor dispor os seus sentimentos e os seus preceitos. Isto é verdade. Mas esta introspecção não foi o único fim que teve em vista, não foi uma ostentação de pura cultura terrena. A Igreja, com efeito, entrando em si mesma, penetrou no íntimo da sua consciência não para se comprazer em eruditas análises sobre a psicologia religiosa ou a história das suas coisas, ou para intencionalmente reafirmar os seus direitos ou formular as suas leis; fez isto para encontrar em si a palavra de Cristo, viva e operante no Espírito Santo, e para sondar mais profundamente o mistério, ou seja, o desígnio e a presença de Deus fora e dentro de si, e para reavivar em si o fogo da fé, que é o segredo da sua segurança e da sua sabedoria, e reavivar o fogo do amor, que a obriga a cantar sem descanso os louvores de Deus, porque, como diz Santo Agostinho: «Cantar é próprio do amante» (3). Os documentos conciliares, principalmente os que tratam da Revelação divina, da liturgia, da Igreja, dos sacerdotes, dos religiosos, dos leigos, permitem ver directamente esta primordial intenção religiosa e demonstram quão límpida, fresca e rica é a veia espiritual que o vivo contacto com Deus vivo faz brotar no seio da Igreja e correr sobre as áridas glebas da nossa terra.

Mas não é lícito omitir algo que é da maior importância quando examinarmos o significado religioso deste Concílio: isto teve ele a peito perscrutar o mundo deste nosso tempo. Nunca talvez como no tempo deste Concílio a Igreja se sentiu na necessidade de conhecer, avizinhar, julgar rectamente, penetrar, servir e transmitir a mensagem evangélica, e, por assim dizer, atingir a sociedade humana que a rodeia, seguindo-a na sua rápida e contínua mudança. Esta atitude, nascida pelo facto de a Igreja, no passado e sobretudo neste século, ter estado ausente e afastada da civilização profana, esta atitude, sempre inspirada pela essencial missão salvadora da Igreja, esteve presente eficaz e continuamente no Concílio. Por isso é que alguns suspeitaram que nos homens e nos actos do Concílio tinha dominado mais do que era justo e com demasiada indulgência a doutrina do relativismo que se encontra no mundo externo, nas coisas que passam fugazmente, nas novas modas, nas necessidades contingentes, nos pensamentos dos outros; e isto à custa da fidelidade devida à doutrina tradicional e com prejuízo da orientação religiosa que necessàriamente é própria dum Concílio. Julgamos que não lhe deve ser atribuída esta atitude perniciosa, se bem atendermos às suas verdadeiras e misteriosas intenções e às suas autênticas manifestações.

Desejamos antes notar que a religião do nosso Concílio foi, antes de mais, a caridade; por esta sua declarada intenção, o Concílio não poderá ser acusado por ninguém de irreligiosidade, de infidelidade ao Evangelho, se nos lembrarmos que o próprio Cristo nos ensina que todos conhecerão que somos seus discípulos, se nos amarmos mùtuamente (4); se deixarmos igualmente que estas palavras do Apóstolo se façam ouvir dentro das nossas almas: « A religião pura e imaculada junto de Deus Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e conservar-se imaculado neste mundo» (5); e mais estas: «Quem... não ama o seu irmão, a quem vê, como pode amar alguém que não vê? (6)

Na verdade, a Igreja, reunida em Concílio, entendeu sobretudo fazer a consideração sobre si mesma e sobre a relação que a une a Deus; e também sobre o homem, o homem tal qual ele se mostra realmente no nosso tempo: o homem que vive; o homem que se esforça por cuidar só de si; o homem que não só se julga digno de ser como que o centro dos outros, mas também não se envergonha de afirmar que é o princípio e a razão de ser de tudo. Todo o homem fenoménico ¬ para usarmos o termo moderno ¬ revestido dos seus inúmeros hábitos, com os quais se revelou e se apresentou diante dos Padres conciliares, que são também homens, todos Pastores e irmãos, e por isso atentos e cheios de amor; o homem que lamenta corajosamente os seus próprios dramas; o homem que não só no passado mas também agora julga os outros inferiores, e, por isso, é frágil e falso, egoísta e feroz; o homem que vive descontente de si mesmo, que ri e chora; o homem versátil, sempre pronto a representar; o homem rígido, que cultiva apenas a realidade científica; o homem que como tal pensa, ama, trabalha, sempre espera alguma coisa, à semelhança do «filius accrescens» (7); o homem sagrado pela inocência da sua infância, pelo mistério da sua pobreza, pela piedade da sua dor; o homem individualista, dum lado, e o homem social, do outro; o homem « laudator temporis acti», e o homem que sonha com o futuro; o homem por um lado sujeito a faltas, e por outro adornado de santos costumes; e assim por diante. O humanismo laico e profano apareceu, finalmente, em toda a sua terrível estatura, e por assim dizer desafiou o Concílio _para a luta. A religião, que é o culto de Deus que quis ser homem, e a religião ¬ porque o é ¬ que é o culto do homem que quer ser Deus, encontraram-se. Que aconteceu? Combate, luta, anátema? Tudo isto poderia ter-se dado, mas de facto não se deu. Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio. Com efeito, um imenso amor para com os homens penetrou totalmente o Concílio. A descoberta e a consideração renovada das necessidades humanas ¬ que são tanto mais molestas quanto mais se levanta o filho desta terra ¬ absorveram toda a atenção deste Concílio. Vós, humanistas do nosso tempo, que negais as verdades transcendentes, dai ao Concílio ao menos este louvor e reconhecei este nosso humanismo novo: também nós ¬ e nós mais do que ninguém somos cultores do homem.

Que há visto na humanidade este augusto senado? que se propôs ele estudar à luz da divindade? Quis considerar profundamente a sua dupla fisionomia: a miséria e a grandeza do homem, o seu mal profundo, mal sem dúvida incurável, e o seu bem, que permanece, sempre marcado de misteriosa beleza e singular poder. Precisamos de reconhecer que este nosso Concílio deteve-se mais nos aspectos felizes do homem que nos desditosos. Nisto ele tomou uma. atitude claramente optimista. Uma corrente de interesse e de admiração saiu do Concílio sobre o mundo actual. Rejeitaram-se os erros, como a própria caridade e verdade exigiam, mas os homens, salvaguardado sempre o preceito do respeito e do amor, foram apenas advertidos do erro. Assim se fez, para que em vez de diagnósticos desalentadores, se dessem remédios cheios de esperança; para que o Concílio falasse ao mundo actual não com preságios funestos mas com mensagens de esperança e palavras de confiança. Não só respeitou mas também honrou os valores humanos, apoiou todas as suas iniciativas, e depois de os purificar, aprovou todos os seus esforços.

Vede por exemplo: como inumeráveis línguas foram admitidas para exprimir litùrgicamente a palavra dos homens a Deus e a palavra de Deus aos homens; como foi reconhecida ao homem enquanto homem a sua vocação fundamental a tantos direitos e a um destino transcendente; como as suas supremas aspirações à vida, à dignidade da pessoa, à honrada liberdade, à cultura, à renovação da ordem social, à justiça, à paz, foram purificadas e estimuladas; como a todos os homens foi dirigido o convite pastoral e missionário para receberem em si a luz do Evangelho. Tocamos muito de corrida tantos e tão complicados problemas relativos ao bem-estar humano, de que o Concílio se ocupou; nem o Concílio pretendeu resolver todas as questões mais urgentes da vida actual; algumas ficaram reservadas para estudos mais profundos, que a Igreja levará depois a cabo; muitas outras foram tratadas em termos demasiado breves e gerais, e por isso admitem explicações mais profundas e aplicações diversas.

Mas convém notar uma coisa: o magistério da Igreja, embora não tenha querido pronunciar-se com sentenças dogmáticas extraordinárias sobre nenhum capítulo doutrinal, propôs, todavia, o seu ensinamento autorizado acerca de muitas questões que hoje comprometem a consciência e a actividade do homem. Por assim dizer, a Igreja baixou a dialogar com o homem; e conservando sempre a sua autoridade e a sua virtude, adoptou a maneira de falar acessível e amiga que é própria da caridade pastoral. Quis ser ouvida e entendida pelos homens. Por isso, não se preocupou só com falar à inteligência do homem, mas exprimiu-se no modo hoje usado na conversação corrente, em que o recurso à experiência da vida e o emprego dos sentimentos cordiais dão mais força para atrair e para convencer. Isto é, a Igreja falou aos homens de hoje, tais quais eles são.

Uma outra coisa julgamos digna de consideração: toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem, em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades. A Igreja declarou-se quase a escrava da humanidade, precisamente no momento em que tanto o seu magistério eclesiástico como o seu governo pastoral adquiriram maior esplendor e vigor devido à solenidade conciliar; a ideia de serviço ocupou o lugar central.

Tudo isto e tudo o mais que poderíamos ainda dizer acerca do Concílio, terá porventura desviado a Igreja em Concílio para a cultura actual que toda é antropocêntrica? Desviado, não; voltado, sim. Mas quem observa honestamente este interesse prevalente do Concílio pelos valores humanos e temporais, não pode negar que tal interesse se deve ao carácter pastoral que o Concílio escolheu como programa, e deverá reconhecer que esse mesmo interesse jamais está separado do interesse religioso mais autêntico, devido à caridade que é a única a inspirá-lo (e onde está a caridade, aí está Deus), ou à união dos valores humanos e temporais com os especificamente espirituais, religiosos e eternos, afirmada e promovida sempre pelo Concílio; este debruça-se sobre o homem e sobre a terra, mas eleva-se ao reino de Deus.

A mentalidade moderna, habituada a julgar todas as coisas sob o aspecto do valor, isto é, da utilidade, deverá admitir que o valor do Concílio é grande ao menos por isso: todo ele se orientou à utilidade humana. Portanto, ninguém chame inútil a uma religião como a católica, que, ao exprimir a forma mais consciente e mais eficaz da sua acção, isto é, ao celebrar um Concílio Ecuménico, se declara toda em favor e em serviço do homem. A religião católica e a vida humana reafirmam assim a sua aliança, a sua convergência para um só bem humano, a saber: a religião católica é para a humanidade, é, por assim dizer, a vida da humanidade. É a vida da humanidade, pela doutrina sublime e de todo perfeita que oferece a respeito do homem (não é, porventura, o homem, deixado a si mesmo, um mistério para si mesmo?); e oferece-a precisamente em virtude da sua ciência a respeito de Deus: para conhecer o homem, o homem verdadeiro, o homem integral, é necessário conhecer a Deus; para o provar, basta-nos por agora recordar as palavras inflamadas de S. Catarina de Sena: «Na tua natureza, ó Deus eterno, conhecerei a minha natureza». A religião católica é a vida da humanidade, porque descreve a natureza e o destino do homem, e dá-lhe o seu verdadeiro sentido. É a vida da humanidade, finalmente, porque constitui a lei suprema da vida, e à vida infunde a misteriosa energia que faz dela uma vida verdadeiramente divina.

E se recordamos, veneráveis Irmãos e amados Filhos, todos vós que estais aqui presentes, como no rosto de todo o homem, sobretudo se se tornou transparente pelas lágrimas ou pelas dores, devemos descobrir o rosto de Cristo (8), o Filho do Homem; e se no rosto de Cristo devemos descobrir o rosto do Pai celestial, segundo aquela palavra: «quem me vê a mim, vê também o Pai» (9), o nosso humanismo muda-se em cristianismo, e o nosso cristianismo faz-se teocêntrico, de tal modo que podemos afirmar: para conhecer a Deus, é necessário conhecer o homem.

Estaria, então, destinado este Concílio, que dedicou ao homem a sua principal e esforçada atenção, a propor de novo ao mundo moderno a libertação e a consolação a que gradualmente pode subir? Não será, em resumo, um modo simples, novo e solene de ensinar a amar o homem para amar a Deus? Amar o homem, dizemos, não como instrumento, mas como que primeiro fim, que nos leva ao supremo fim transcendente. Por isso, todo este Concílio se resume no seu significado religioso, não sendo outra coisa senão um veemente e amistoso convite em que a humanidade é chamada a encontrar, pelo caminho do amor fraterno, aquele Deus «de quem afastar-se é cair, a quem dirigir-se é levantar-se, em quem permanecer é estar firme, a quem voltar é renascer, em quem habitar é viver» (10).

Assim Nós o esperamos, no final deste Concílio Ecuménico Vaticano II, e no início da renovação humana e religiosa que ele se propôs estudar e promover; assim o esperamos para Nós, Irmãos e Padres do Concílio; assim o esperamos para a humanidade inteira, que aqui aprendemos a amar mais e a servir melhor.

E enquanto para tal invocamos de novo a intercessão dos santos João Baptista e José, padroeiros do Concílio Ecuménico, dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, fundamentos e colunas da santa Igreja, e com eles a de S. Ambrósio, Bispo, cuja festa hoje celebramos, como que juntando por meio dele a Igreja do Oriente e do Ocidente, imploramos igualmente de todo o coração a protecção da bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Cristo, por Nós chamada também mãe da Igreja, e com uma só voz, um só coração, damos graças e glorificamos a Deus vivo e verdadeiro, a Deus único e sumo, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém (11).



Notas

1. AAS 54 (1962), p. 790.

2. Cfr. 1 Cor. 2, 10-12.

3. Serm. 336: PL 38, 1472.

4. Cfr. Jo. 13,35.

5. Tia. 1,27.

6. 1 Jo. 4,20.

7. Gén. 49,22.

8. Cfr. Mt. 25,40. 9 Jo. 14,9.

10. S. Agostinho, Sol. 1, 1,3: PL 32, 870.

11. AAS 58 (1966), p. 51-59.


[Tradução distribuída pela Santa Sé]
10/03/2006 02:32
 
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Homenagem da Fundação Wallenberg ao falecido cardeal Quarracino

Pioneiro do diálogo inter-religioso

BUENOS AIRES, quarta-feira, 8 de março de 2006 (ZENIT.org).- A Fundação Internacional Raoul Wallenberg convocou este 28 de fevereiro um ato na capela da Virgem de Carmen (altar da Virgem de Luján), na catedral metropolitana, onde descansam os restos mortais do cardeal Antonio Quarracino, arcebispo de Buenos Aires, para destacar seu infatigável trabalho a favor do diálogo inter-religioso.

Na homenagem tomaram a palavra Natalio Wengrower, vice-presidente da Fundação Wallenberg; o rabino Simon Moguilevsky e a pastora Annemarie Werner, do Templo Pai Nosso da cidade de Berlim, onde se colocou uma réplica do mural que recorda o holocausto.

O original desse mural foi instalado pelo cardeal Quarracino na catedral de Buenos Aires em 1997.

Assistiram ao ato, entre outros, o embaixador da Alemanha na Argentina, Rolf Schumacher; Baruj Tenembaum, fundador da Fundação Wallenberg; e os sobreviventes da Shoah Tomás Kertesz, Laszlo Ladanyi e Miriam Kesler.

O arcebispo de Buenos Aires e primaz da Argentina, cardeal Jorge Bergoglio, recordou seu antecessor, o cardeal Antonio Quarracino, na missa celebrada na catedral metropolitana após a celebração do ato.

A Fundação Wallenberg está emitindo pela internet o filme documentário «Primeiro Primaz Peregrino», que relata a visita do cardeal Quarracino à Terra Santa em 1992.

É possível ver o filme em:
video.google.com/videoplay?docid=3347698560162222124&q...

A Fundação Internacional Raoul Wallenberg é uma organização não-governamental cuja missão é desenvolver projetos educativos e de divulgação que promovam o exercício dos valores de solidariedade e coragem cívicos que animaram os gestos dos Salvadores do Holocausto.

[Mais informações em www.raoulwallenberg.net]




10/03/2006 02:35
 
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Dor da Igreja pelo mortífero atentado na cidade sagrada de Benares

Golpe no coração do hinduísmo

NOVA DÉLI/ BENARES, quinta-feira, 9 de março de 2006 (ZENIT.org).- A Igreja na Índia expressou sua dor pelos atentados dirigidos na tarde da terça-feira contra a cidade santa do hinduísmo, Benares (ou Varansai, no Estado de Uttar Pradesh), e as numerosas vitimas da ação criminosa.

A Conferência dos Bispos Católicos da Índia (CBCI) expressou seu repúdio e se fez eco da reação do bispo Patrick Paul D’Souza --de Benares--, que condenou a violência e manifestou suas condolências pelas vítimas.

O jornal da Santa Sé, «L’Osservatore Romano», traz esta quinta-feira na capa a gravidade do crime.

Pelo menos 23 pessoas morreram pela cadeia de explosões que aconteceram na cidade sagrada hindu, no complexo do tempo de Sankatmochan e a estação ferroviária local. Os feridos somam aproximadamente 70, a metade com ferimentos graves.

Imediatamente depois das explosões, colocou-se em alerta a polícia em várias zonas do país e se reforçou a segurança nos lugares de culto e instalações chave.

A primeira explosão se produziu dentro do famoso templo, adjacente ao de Kashi Vishwanath, quando estava cheio de devotos, diz a nota da CBCI. Depois o alvo de outros dois explosivos foi a citada estação.

Também foram encontradas quatro bombas em Dashaswamedh Ghat, a dois quilômetros do tempo de Sankatmochan.

Reprovando os ataques, o presidente Abdul Kalam e o primeiro-ministro Manmohan Sing fizeram um apelo à calma à população.

«A CBCI condena as bombas em Benares que mataram e feriram inocentes, reunidos no tempo Sankatmochan», expressou o porta-voz e diretor do serviço de comunicação do organismo eclesial, o padre Babu Joseph.

«Oramos pelas vítimas e oferecemos nossos pêsames de coração a quem perdeu seus entes queridos no mais ignóbil crime contra a humanidade», acrescentou em suas declarações a «AsiaNews» no mesmo dia do atentado.

«Aqui sempre conseguimos viver em um clima de diálogo e compreensão inter-religiosa»; as explosões «golpearam o próprio coração do hinduísmo; temo por uma onda de vinganças entre os grupos extremistas hindus e muçulmanos», apontava também na terça-feira o pároco católico de Benares, o padre Nitilal.

Benares, um dos lugares mais sagrados do hinduismo, tem aproximadamente 1,7 milhão de habitantes --4 mil são católicos--. Segundo a tradição, é a morada preferida do deus Shiva, uma das três divindades principais da religião hindu. Os templos na cidade são cerca de 1.500; também há uma catedral católica, muito respeitada.

Às reprovações das maiores organizações cristãs se soma a de John Dayal --presidente da «All India Catholic Union», órgão que representa 16 milhões de católicos indianos--, que recordou o dever do governo federal e dos estados de assegurar a proteção da população, segundo a agência do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (PIME).

«Mas o líder cristão pede a todos os cidadãos respeitosos dos direitos dos demais que não se deixem provocar, assegurando assim a paz e a estabilidade nacional», um gesto que «enviaria uma mensagem clara aos extremistas políticos e religiosos: não há lugar para vós em uma Índia democrática», reforça.

Na manhã de quarta-feira --aponta a agência do PIME-- a policia disse que havia matado um dos supostos autores do ataque, um afiliado --segundo fontes policiais-- ao grupo terrorista islâmico Lashkar-e-Taiba (LeT) --com sede no Paquistão--, que luta pela independência da Caxemira de Nova Déli e que está muito ativo em toda a Índia.

Mas esta quinta-feira se soube de uma reivindicação distinta. Um grupo islâmico até agora desconhecido, Lashkar-e-Kahar, declarou sua responsabilidade no massacre.

«Nós perpetramos os atentados de Benares e haverá outros enquanto a Índia não colocar fim às atrocidades contra os muçulmanos da Caxemira», anunciou por telefone um suposto porta-voz de tal grupo, cita «AsiaNews».

Este se identificou como Abu Feroz --segundo informou a agência local PTI-- e fez sua ligação a uma rede de televisão privada.

A imprensa internacional repercutiu este último detalhe, mas sublinha que fontes policiais disseram a PTI que tal grupo poderia ser um auxiliar de LeT; a forma de atuar neste último atentado é similar à dos ataques que o LeT perpetrou em Nova Déli em 29 de outubro, acabando com a vida de 62 pessoas.



[Modificato da @Nessuna@ 10/03/2006 2.38]

10/03/2006 03:10
 
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Polônia demonstrará que seu amor ao Papa não dependia da origem de João Paulo II


ROMA, quinta-feira, 9 de março de 2006 (ZENIT.org).- A visita de Bento XVI à Polônia mostrará que o amor deste povo pelo Papa não dependia da origem polonesa de João Paulo II, considera D. Kazimierz Nycz, bispo de Koszalin-Kolobrzeg.

D. Nycz, de 56 anos, que ajudou a organizar várias das visitas de Karol Wojtyla a seu país natal, revelou a Zenit alguns dos passos mais importantes que o pontífice alemão percorrerá na Polônia.

A visita pastoral acontecerá de 25 a 28 de maio. O tema é «Sede fortes na fé». O programa prevê que o Santo Padre visite Varsóvia, o santuário mariano de Jasna Gora, em Czestochowa, Cracóvia, Wadowice, cidade de nascimento de Karol Wojtyla, e o santuário próximo de Kalwaria Zebrzydowska.

«Há também planejada uma segunda reunião inter-religiosa com lideres judeus em Auschwitz-Birkenau --revela, recordando que o Papa já visitou a sinagoga de Colônia, em agosto passado--. Em seu conjunto, ambas visitas testemunham a grande importância que o Papa dá aos encontros inter-religiosos» e considera que este encontro terá um impacto «mundial».

O prelado desmente que, com a morte de João Paulo II, o amor do povo polonês, especialmente entre os jovens, tenha desfalecido.

«Penso que a reação dos poloneses e dos jovens à eleição do novo Papa não confirma o medo a uma identificação perigosa do papado com o fato de ser polonês --opina--. Como nação, demonstramos nossa fé no ministério de Pedro».

Isto poderá ser visto, revela a Zenit, no encontro que o Papa terá com os jovens em Lagiewniki, pois «os jovens poloneses amam o Papa da Alemanha».

Após a morte do Papa polonês, o bispo considera que o desafio da Igreja em seu pais se possa sintetizar nestes elementos: «memória, ação de graças, fidelidade a uma herança».

«A tudo isso se soma o desafio mais importante: uma contínua fidelidade a Deus e à humanidade sob a direção do novo Papa», esclarece.

Estou profundamente convencido de que a esperada peregrinação de Bento XVI nos ajudará a compreender melhor que estávamos seguindo o Papa João Paulo II não porque era polonês».

«Íamos após ele porque nos guiava até Cristo e nos ensinava como ser Igreja e amar a Igreja», reconhece.

«A Igreja sempre necessita de uma liderança assim; e o Santo Padre, Bento XVI, nos guia consciente dos problemas do mundo contemporâneo e enraizando sua teologia em Deus, que é Amor», conclui.
10/03/2006 03:34
 
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Dom Odilo fala sobre a Campanha da Fraternidade 2006
Rosangela Barboza

O secretário-geral da CNBB, Dom Odilo Pedro Scherer, concedeu entrevista sobre a Campanha da Fraternidade 2006. Dom Odilo fala do tema, das pessoas com deficiência no Brasil, dos objetivos da campanha, dos subsídios, da participação e do que a Igreja espera desta iniciativa, neste ano. O tema da campanha é "Fraternidade e pessoas com deficiência" e o lema é "Levanta-te e vem para o meio!". ***




Imprensa - A CNBB celebra a Campanha da Fraternidade (CF) pela 42a. vez em 2006. Qual é o tema deste ano?

Dom Odilo - O tema é "Fraternidade e Pessoas com Deficiência" e o lema: "Levanta-te e vem para o meio" (Mc 3,3). Desta vez, a CF pretende trazer as pessoas com deficiência para o centro de nossa atenção.

Imprensa - Há várias denominações para referir-se a essas pessoas. Como chamá-las: pessoas com deficiência, portadores de deficiência ou simplesmente deficientes?

Dom Odilo - A lista de nomes usados ao longo da história é grande. Muitas vezes as expressões denotavam preconceito contra essas pessoas, desprezo e mesmo exclusão. Hoje as diversas organizações das pessoas com deficiência preferem essa denominação: Pessoa com deficiência; pode-se explicitar a deficiência: Pessoa com deficiência visual, mental, motora... Nesta maneira de denominar, valoriza-se mais a pessoa, que não deve ser reduzida à sua deficiência. E também não se quer esconder o fato da deficiência, pois a pessoa não pode ser acolhida e tratada com justiça, sem levar a sério a sua condição.

Imprensa - A CF trata de algum grupo específico de pessoas com deficiência,
ou refere-se ao mesmo tempo a todas elas?

Dom Odilo - Na Campanha estão contempladas todas as pessoas que têm algum tipo de deficiência física, sensorial ou mental. Calcula-se que no mundo inteiro haja mais de 500 milhões de pessoas com alguma deficiência. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos países em via de desenvolvimento, cerca de 50% dessas pessoas são afetadas por algum tipo de deficiência mental. Na América Latina, segundo dados do Banco Mundial, cerca de 10% das pessoas são afetadas por alguma deficiência.

Imprensa - Os números são impressionantes. E como está a situação no Brasil?

Dom Odilo - O censo demográfico de 2000 registrou cerca de 27 milhões de pessoas com deficiência, o que corresponde a 14,4% da população. Nas regiões do Nordeste passam de 18%! Em São Paulo, com a menor incidência do País, são 11,4%.

Imprensa - De fato, as pessoas com deficiência constituem um vasto segmento da população brasileira. Existem dados sobre as condições delas e sobre a sua inclusão social?

Dom Odilo - Há muitos dados já levantados, mas a Campanha da Fraternidade pode ser uma boa ocasião para tornar melhor conhecida a situação em que vivem muitos desses nossos irmãos. A legislação brasileira, no que se refere às pessoas com deficiência, avançou muito nos últimos anos, graças também à atuação de grupos organizados de pessoas com deficiência, ou
de organizações da sociedade que lutam em favor de uma maior inclusão social dessas pessoas. Há algum tempo foi introduzido um projeto de Estatuto da Pessoa com Deficiência no Congresso Nacional, mas custa a ser aprovado. Na verdade, não bastam leis, mas é preciso desenvolver uma cultura do respeito e da solidariedade efetiva em relação às pessoas com deficiência e em favor de sua progressiva inclusão no convívio social, passando pela educação, o mundo do trabalho e da cultura, da saúde e do lazer.

Imprensa - Todos os anos, a CF tem objetivos bem precisos. Quais são os objetivos da CF de 2006?

Dom Odilo - O objetivo geral desta CF é voltar a atenção para as pessoas com deficiência, tomar consciência de sua existência, das condições em que vivem, de suas necessidades e, à luz da Palavra de Deus, suscitar maior fraternidade e solidariedade em relação a elas, promovendo
sua dignidade e seus direitos. Naturalmente, isso significa também dar voz às pessoas com deficiência, denunciar preconceitos e discriminações, promover iniciativas que façam avançar políticas públicas voltadas para a efetiva inclusão das pessoas com deficiência em todos os âmbitos da convivência social. A meta final de todas essas iniciativas é a promoção da
cultura do respeito e da solidariedade em relação a esses irmãos e irmãs.

Imprensa - E aí tocamos o nó da questão. Muitas vezes, a pessoa é valorizada por aquilo que ela tem, pela sua aparência ou pela sua capacidade de competição com os outros...

Dom Odilo - De fato, a CF de 2006 parte do pressuposto que todas as pessoas têm a mesma dignidade e, por isso, ninguém deve ser desprezado ou discriminado. O valor do ser humano e o motivo último do respeito que lhe é devido não estão na perfeição física, na capacidade produtiva ou na habilidade da sua afirmação social, econômica, cultural ou política mas, antes e acima de tudo, no próprio fato de ser uma pessoa, um ser humano. A presença de pessoas com deficiência em nosso meio é um permanente questionamento à lógica da competição, da eficiência, da perfeição estética a todo custo, do sucesso, do poder econômico. Esta lógica das vaidades, que orienta com freqüência o convívio social, acaba privilegiando sempre os mais fortes e desprezando quem não satisfaz a certos padrões e expectativas.

Imprensa - A CF tem conseguido envolver não apenas a Igreja, mas também a
sociedade. Será assim também neste ano?


Dom Odilo - Espero que sim e o tema já está despertando muito interesse. A maioria das famílias tem algum caso de deficiência entre seus membros. O desejo é que a proposta da CF possa entrar logo nas escolas, colégios e universidades, nos Meios de Comunicação, nos ambientes da administração pública e da política. É muito importante que as comunidades eclesiais se façam promotoras de reflexão e discussão das questões levantadas pela CF. Temos a esperança de que, encerrada a CF propriamente dita, o tema continue, por muito tempo, a repercutir e produzir frutos na sociedade.



Imprensa - O lema é sugestivo: "Levanta-te e vem para o meio".

Dom Odilo - É a palavra de Jesus dita a um homem com uma deficiência na mão (cf Mc, 3,3); tudo leva a pensar que aquele homem era desprezado e deixado sozinho com seu problema. Talvez até já tivesse aceito, sem mais reclamar, que valia pouco, que não era mesmo ninguém e só podia depender da boa vontade e da comiseração dos outros. Jesus o vê com outro olhar, chama-o para o meio de todos. Aí é seu lugar, no meio dos outros. O gesto e a atitude de Jesus traduzem a acolhida respeitosa e encorajadora daquela pessoa; ao mesmo tempo que denuncia e supera a exclusão daquele homem, Jesus restitui-lhe a dignidade. A CF de 2006 é uma proposta de inclusão efetiva para todas as pessoas com deficiência.

Imprensa - Como podem as pessoas participar da CF?

Dom Odilo - De muitas maneiras. As paróquias, em geral, têm muitas propostas de participação na CF. Por outro lado, é importante interessar-se, buscar informação, promover reflexões em vários níveis sobre o assunto em questão, participar de debates, apoiar e promover iniciativas que levem a definir e decidir políticas públicas voltadas para a inclusão social das pessoas com deficiência. Por outro lado, essas pessoas não são apenas números e cifras abstratas, são seres humanos concretos que esperam por uma visita, bem como suas famílias e as organizações que prestam assistência aos vários tipos de pessoas com deficiência. Há muitos modos de participar e se envolver. Finalmente, a CF sempre inclui um gesto concreto de fraternidade, que se expressa na coleta da solidariedade no Domingo de Ramos. A fraternidade requer gestos concretos.


Imprensa - A CNBB preparou subsídios próprios para divulgar e promover a proposta da CF? Onde podem ser encontrados?

Dom Odilo - Como todos os anos a CF tem um belo cartaz e o Texto-Base, que são os dois principais instrumentos de divulgação da CF. O Texto Base traz a proposta da CF e é muito rico de informações. Mas também tem um hino, vários textos para trabalhar o tema com diversos grupos, desde crianças na escola e na catequese, textos para jovens, para grupos de reflexão e agentes de pastoral. Há também material com imagens, DVDs e spots para rádio e TV. Os materiais de apoio à CF podem ser encontrados nas livrarias católicas e nas paróquias.

Imprensa - O que a CNBB espera dessa CF?

Dom Odilo - Antes de tudo, espera que a CF desperte um grande interesse nas comunidades católicas e em toda a sociedade; que ela gere discussão, gestos de apoio concreto às pessoas com deficiência e sensibilize a sociedade para o desenvolvimento sempre maior da cultura da fraternidade e da solidariedade para com todos, especialmente os membros mais frágeis e
indefesos da família humana. A CNBB espera que, depois da CF 2006, as pessoas com deficiência possam sentir-se um pouco melhor no convívio social e eclesial.


Fonte: CNBB





10/03/2006 03:39
 
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Data de publicação: 2006-03-09

Encíclica do Papa é antídoto para a secularização da caridade cristã

O arcebispo Cordes apresenta «Deus caritas est» em Murcia

MURCIA, quinta-feira, 9 de março de 2006 (ZENIT.org-Veritas).- O arcebispo Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», afirmou esta quinta-feira durante a apresentação da encíclica «Deus caritas est» na Universidade Católica Santo Antonio, de Murcia, que a caridade cristã é muito mais que «mera filantropia», pois «é Deus mesmo dentro de nós o que nos empurra a aliviar a miséria».

Segundo o prelado alemão, a primeira encíclica de Bento XVI «contradisse a tendência de desvincular a caridade do espírito e da estrutura da Igreja», reduzindo-se «a uma filantropia como imagem ideal».

«A atual disposição positiva e geral dos seres humanos para ajudar o necessitado induziu os membros da Igreja à secularização deste aspecto central da missão eclesial», denunciou Dom Cordes, que preside o dicastério vaticano encarregado de alentar e coordenar as instituições de caridade da Igreja católica.

«As grandes organizações eclesiais de ajuda se separaram da Igreja e de seu vínculo com os bispos; identificaram-se por completo com as ONG’s e têm apresentado um programa que não se distingue, por exemplo, da Cruz Vermelha ou das Nações Unidas», denunciou.

«No entanto, assim estariam contradizendo a história de dois milênios de nossa Igreja e deteriorando seriamente a credibilidade de sua pregação», afirmou.

«É Deus que levamos ao mundo que sofre. Quanto mais convencidos e mais claramente o levamos como uma oferta, mais fortemente mudará nosso amor ao mundo e despertará a esperança; uma esperança mais além da morte», assegurou.

Uma das chaves que explicariam, na opinião de Dom Cordes, a extraordinária acolhida» que teve a primeira encíclica de Bento XVI se deve à própria personalidade do autor.

«O cardeal Ratzinger havia tomado posição com freqüência em controvérsias sobre questões relativas à fé. E isso não o havia proporcionado em muitos casos especiais simpatias».

«E agora a primeira palavra que dirige à Igreja e aos homens trata do amor. Sem dúvida, o fator surpresa atuou de forma positiva», explicou.

«Provavelmente pessoas de fora da Igreja e à margem dela não teriam esperado esta alta valorização do “eros” por parte do Papa. É que os afastados da Igreja gostam de tachar os cristãos no rincão dos insensíveis, dos inimigos do prazer», disse.

No entanto, esta afirmação do valor do «eros» foi sempre forte no cristianismo, como enraizado na pessoa humana: «Hoje, a palavra “amor” está tão gasta, tem sido objeto de tanto abuso que quase há medo deixá-la aflorar aos lábios. E, no entanto, é uma palavra primordial, expressão da realidade primordial; não devemos simplesmente abandoná-la, mas devemos recuperá-la, purificá-la e devolver-lhe seu esplendor original para que possa iluminar nossa vida e levá-la pelo caminho reto», explicou Dom Cordes, recordando palavras do Papa.

«Em uma época em que a hostilidade e a avidez se converteram em superpotências, em uma época em que assistimos ao abuso da religião até chegar à apoteose do ódio, somente a racionalidade neutra não está em condições de proteger-nos. Necessitamos do Deus vivo que nos amou até a morte», disse.



11/03/2006 02:12
 
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«Momento Vida, em defesa da sacralidade da pessoa»


SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (Brasil), sexta-feira, 20 de março de 2006 (ZENIT.org).- A Comunidade Senhor da Vida, radicada na Diocese de São José dos Campos (São Paulo) disponibilizou a Zenit uma série de programas sobre a sacralidade da vida humana.

A série, intitulada «Momento Vida» e difundida em rádios do Brasil, tem coordenação da Dra Elizabeth Kipman Cerqueira --médica ginecologista; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, interior de São Paulo--. Mais informações: com.senhordavida@uol.com.br




* * *




O aborto não seria a única saída para uma mulher inconformada com sua gravidez?

Um mal não serve para corrigir outro mal.

Está provado que mulheres que optam pelo aborto se tornam mais sujeitas a diversas doenças e mesmo à morte por diversas causas.

A decisão consciente de realizar um aborto pode existir junto com uma intensa rejeição a aceitá-lo em níveis mais profundos da consciência.

A mulher agride a si mesma quando realiza um aborto forçado.

Pense nisso! Não assuma a atitude fatalista de “eu não queria – mas não tem outro jeito”. Sempre há uma maneira de proteger uma vida em gestação.

Para que as mulheres grávidas escutem como Maria escutou do anjo Gabriel: “não tenha medo! O Senhor está contigo!” Te pedimos, Senhor.

[Modificato da @Nessuna@ 11/03/2006 2.13]

11/03/2006 02:14
 
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Cardeal Martino afirma que o ensino do islã em escolas italianas exige reciprocidade

Esclarece declarações de imprensa precedentes

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 10 de março de 2006 (ZENIT.org).- O cardeal Renato R. Martino esclareceu que sua proposta de ensinar o islã nas escolas italianas é uma iniciativa complexa que precisa ser estudada, respeitando o princípio de reciprocidade.

Este princípio, sublinha o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, prevê, entre outras coisas, que as comunidades islâmicas reconheçam e valorizem os cristãos e seus valores.

Agências de todo o mundo publicaram esta sexta-feira as declarações do purpurado italiano em resposta a um jornalista, em que afirmava que «se em uma escola há cem crianças de religião muçulmana, não vejo por que não se possa ensinar sua religião».

Esta sexta-feira, o cardeal tomou a palavra ante os microfones de «Rádio Vaticano» para oferecer «uma serena avaliação» de suas declarações e «uma correta compreensão das mesmas com o objetivo de evitar interpretações partidaristas ou inclusive errôneas».

«A liberdade religiosa é um direito humano fundamental, inerente a todo ser humano, que há que defender e promover», afirmou.

Este direito exige reciprocidade, quer dizer, «é válido para todos e em todo lugar», afirmou.

«Estou convencido de que a aplicação deste princípio é algo complexo, que exige muitos passos e sábias considerações», assinalou.

Neste sentido, o purpurado recomenda consultar o «Compêndio de doutrina social da Igreja», que discute a questão nos números 421 e 422.

«A disponibilidade que manifestei à introdução do ensino da religião islâmica no sistema escolar italiano tem de aplicar-se com a prudente avaliação que comporta por parte da comunidade islâmica o respeito e a valorização do cristianismo e dos valores que, inspirados por este, formaram a cultura e a identidade do mundo ocidental», indicou.

«Não disse que se minimize o dever da reciprocidade» com o islã --insiste--: «se a liberdade religiosa é um direito fundamental, tem de aplicar-se também naqueles países em que os cristãos são perseguidos ou marginalizados».

«Basta ler qualquer informe sobre a liberdade religiosa para se dar conta da situação delicada em que vivem os cristãos em contextos caracterizados por outras maiorias religiosas. E mais, considero que há que começar a reclamar com maior vigor a reciprocidade», acrescenta.

Esta reciprocidade, segundo indicou, encontra no fundamentalismo o obstáculo principal.

O fundamentalismo laicista e o fundamentalismo religioso, explica, são «duas posições que negam uma correta presença da religião na vida pública, pois o primeiro a nega e o segundo a invade», conclui.




11/03/2006 02:52
 
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Quem não reza vira bicho.
editorfc

Quem não reza vira bicho. A frase, cunhada por Dom Angélico Sândalo Bernardino, retrata o âmago da realidade. Com efeito, se não nos nutrimos quotidianamente na oração, como admoesta o salmista (Salmo 1), nossa alma enlanguesce. A alma débil é porta de entrada de males e perversões.

Conheço uma certa pessoa que era dada à oração diária. O terço também fazia parte da rotina dela. Além disso, a oração das orações, a missa, jamais era perdida. Essa pessoa participava da missa todo domingo. De repente, por um motivo que desconheço, ela abandonou a oração. Virou um verdadeiro bicho, um monstro; parecia que incorporara uma outra personalidade. Entregou-se ao sexo sem responsabilidade e este foi o ponto de partida para a perpetração de outras devassidões, até a indiferença completa. Perdi o contato com o indigitado amigo. Rezo por ele toda noite.

Quando falo em oração, é claro que aludo à oração como elevação da mente a Deus (santo Tomás de Aquino). Mas, penso, ainda, na freqüência aos sacramentos, sobretudo a eucaristia e a penitência, que são igualmente formas de oração, em sentido amplo. Para o cristão, abandonar a prática da oração é a pior adversidade que pode sobrevir. É a morte. Já Dostoivisky, na famosa obra “Irmãos Karamasov”, colocou as seguintes palavras na boca de uma das personagens: “Se Deus não existe, tudo é permitido.” Deveras, não há barreiras para o egoísmo, para usar as pessoas, porque se deixa de enxergar no próximo a imagem de Jesus Cristo.

Rezar implica sintonia com Deus. Estar com Deus é viver no amor, porque Deus caritas est, Deus é amor, como no-lo afirma são João, roborado pelo papa Bento XVI. O amante não é egoísta; pelo contrário, preocupa-se com os outros, máxime os mais pobres. Parar de rezar é penetrar nas vascas do óbito do espírito. E como não subsiste dicotomia entre corpo e alma, quem não reza põe tudo a perder: sua alma, sua estrutura psicossomática.

Peçamos que santa Maria, modelo de oração, nos ajude constantemente. Que ela afaste de nós o perigo de largarmos a oração. Pois, vira-se mesmo bicho, como prega amiúde o amantíssimo pastor acima citado. Eu diria que não rezar é deixar de ser pessoa humana autêntica. Até mesmo a mente resta turvada, vez que a inteligência só é límpida quando nos abeberamos na Suma Inteligência: Deus.



Edson Luiz Sampel



11/03/2006 20:56
 
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Rafael Navarro Valls: Lesionar a liberdade religiosa é lesionar a democracia


BARCELONA, sexta-feira, 10 de março de 2006 (ZENIT.org).- A Equipe de Pastoral da Política e da Comunicação (EPPC) da Federação de Cristãos da Catalunha organizou uma Jornada entre esta sexta-feira e sábado para falar da «A Liberdade religiosa aos 40 anos da Dignitatis Humanae», do Concílio Vaticano II.

Nestas Jornadas, que foram abertas pelo arcebispo de Tarragona, D. Jaume Pujol, o catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Complutense, Rafael Navarro Valls, intervém sobre os «Valores morais e objeções de consciência em “Dignitatis Humanae”».

Neste contexto, o acadêmico explicou em uma entrevista concedida a Zenit alguns aspectos da liberdade religiosa, à luz do documento eclesial.

--Por que um Estado aconfessional deve garantir a liberdade religiosa?

--Rafael Navarro Valls: O Estado atual não é simplesmente um «Estado de direito» mas um «Estado de direitos». E entre esses direitos, o primeiro é o da liberdade religiosa.

Depois da II Guerra Mundial, a questão dos direitos humanos marca um ponto sem retorno na ordem internacional. Quero dizer que seu respeito não depende do prisma com o qual o poder civil contemple o fato religioso.

Respeitá-lo é uma questão de vida ou morte do próprio Estado de direito. Não é uma simples matéria acidental conectada com o «modelo» de relações Igrejas Estado eleito.

Um estado «aconfessional» não pode esquecer que as raízes do tronco ao qual pertence se assentam nos direitos humanos. Lesionar a liberdade religiosa é recortar o próprio sentido de existência das democracias.

--Pode-se falar de autêntica liberdade religiosa quando se marginaliza o exercício da prática religiosa ao âmbito do privado?

--Rafael Navarro Valls: Um dos maiores erros que cometeria o poder civil é tentar um exercício de «engenharia social» que crie um deserto axiológico e de valores em torno de si. É o que se chama «o fundamentalismo da purificação social», que tende a eliminar da vida pública o discrepante.

Quando se incide no erro de crer que os valores religiosos são só simples resíduos em um horizonte agnóstico, volta-se à velha utopia de devolver «Jonas ao ventre da baleia». Talvez por isso o Tribunal de Direitos Humanos denunciou a «onde de intolerância» que ocorre na Europa.

Uma das exigências mais importantes da ética civil é que o processo político fique aberto aos cidadãos de todas as convicções, sem prêmios nem castigos baseados nas convicções religiosas. Não se podem impor recortes ou regras apriorísticas de diálogo político que excluam por definição setores crentes.

--Que vínculo há entre liberdade religiosa e liberdade de consciência?

--Rafael Navarro Valls: Nas sociedades democráticas mais avançadas, os problemas de liberdade e discriminação não costumam surgir em termos de agressões diretas à consciência. Surgem mais sutilmente, através de agressões indiretas. Por exemplo, a Suprema Corte Americana ressaltou que o livre exercício das liberdades --especialmente, a liberdade de religião e de consciência-- pode ver-se ameaçado não só por uma legislação diretamente discriminatória das crenças religiosas, mas também por leis de propósito eminentemente civil.

Isto ocorreu na Espanha com a lei de reforma do matrimônio em matéria de heterossexualidade: sua finalidade és secular, mas seus reflexos feriram as consciências religiosas de muitos católicos, protestantes, judeus e muçulmanos. Não é de se estranhar tenha surgido escrúpulos de consciência em pessoas (juízes, secretárias de juizado, prefeitos, etc.) obrigadas a aplicá-la.

Algo similar ocorreu com médicos de penitenciárias americanas que se opuseram --por razões de consciência-- a intervir em execuções através de injeção letal. Em pelo menos doze Estados estão-se debatendo projetos de lei que permitirão a médicos, enfermeiras, farmacêuticos e demais pessoal da saúde, amparando-se na objeção de consciência, negar-se a colaborar na morte de outras pessoas. É mesma justificativa com que se protegeu em todo o Ocidente a objeção de consciência para práticas abortivas.

--A «Diginatitis Humanae» afirma que «os fiéis cristãos, da mesma forma que os demais homens, gozam de direito civil a que não se os impeça de levar uma vida de acordo com sua consciência». Que comentário merecem os casos de alguns funcionários que praticamente são obrigados --contra sua consciência-- a participar na tramitação de «casamentos» homossexuais?

--Rafael Navarro Valls: Disse-lhe algo ao responder a pergunta anterior. Posso acrescentar que a limitação ao exercício das liberdades há que se interpretar restritivamente, já que a objeção de consciência não é uma «ilegalidade mais ou menos consentida», mas um direito constitucional nas sociedades democráticas, que goza de uma presunção de legitimidade jurídica. Nada impede que o Poder judicial ou o Poder legislativo reconheçam a faculdade a juízes, prefeitos ou outros funcionários de se negarem a aplicar essas leis.

Isto acaba de ser feito no Canadá com o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Expressamente a lei que os admite diz que «ninguém pode ser privado dos direitos que concedem as leis nem se lhes pode impor sanções ou obrigações pela única razão de que exerça, diante dos matrimônios, sua liberdade de consciência e religião. A ninguém pode ser negada a faculdade de manifestar (e exercer em conseqüência) suas convicções acerca do matrimônio com a união entre um homem e uma mulher, com exclusão de outras pessoas».

--Crê que as dificuldades que o governo põe ao ensino da Religião na escola (na Espanha, Ndt) é um exemplo de vulnerabilidade da liberdade religiosa, um ponto que a «Dignitatis Humanae» menciona explicitamente?

--Rafael Navarro Valls: O problema não é tanto se o Governo espanhol está se mostrando infrator da liberdade, mas se é um digno promotor da mesma. Desde logo, em matéria educativa não o é.

Por um lado, garante a liberdade dos pais, mas só dos pais com recursos econômicos, a uma liberdade de ensino que abranja também os aspectos filosóficos e pedagógicos, tal como a debatida Constituição européia quer organizar. Por outro, submete o livre ensino da religião na escola pública a aspectos formais e doutrinais que põe nas mãos do partido no poder a determinação se esse ensino vai ser positivo ou aberto ao fenômeno religioso ou intolerante e hostil ao mesmo.

--Podem ser consideradas violações à liberdade religiosa as piadas com os sentimentos dos fiéis? Por que acredita, em que pese ter acontecido na Espanha algum caso, a resposta é tão «fria» entre os cristãos enquanto a reação dos muçulmanos ao que consideram ofensas chega, em alguns casos, até a violência?

--Rafael Navarro Valls: A Liberdade de expressão comporta deveres que, como pontua o artigo 10 da Convenção de Roma, «podem ser submetidos a certas restrições previstas pela lei, que constituem medidas necessárias em uma sociedade democrática, para a tutela da reputação ou dos direitos dos demais».

O problema, pois, é alcançar um equilíbrio entre dois direitos de primeira magnitude: o da liberdade religiosa e de consciência e o de liberdade de expressão.

Assim como seria uma insensatez proclamar uma liberdade religiosa sem limites (pense no caso da morte de um adolescente pela negativa dos pais, por razões religiosas, a proporcionar-lhe determinados tratamentos médicos), também correriam perigo as bases de uma sociedade democrática se fossem autorizados ataques violentos ou injuriosos contra a liberdade religiosa.

O próprio Tribunal de Direitos Humanos, em sua sentença «Otto Preminger Institut contra a Áustria», admite que em uma sociedade democrática «podem ser punidos e até mesmo prevenir ataques injuriosos contra objetos de veneração religiosa, sempre que a sanção seja proporcional ao fim legítimo perseguido».

Deste modo o Tribunal apoiou os juízes austríacos que tinham autorizado o seqüestro de um filme que lesava as convicções religiosas de uma maioria da população católica de Tirol. Na mesma linha, o artigo 22 da diretriz da UE «Televisão sem fronteiras» exige que os programas de televisão não contenham «incitação ao ódio por motivos de raça, sexo, religião ou nacionalidade».

A religião deve, pois, ser protegida legal e judicialmente em caso de ataques injuriosos. Outra coisa é a reação violenta. A violência nunca leva a nada, já que a verdade religiosa não deve se impor pela força, mas propor-se com a razão e proteger-se, em seu caso, com meios legais.

Neste sentido me parece que a jurisprudência ocidental, começando pela espanhola, deveria ser mais sensível aos ataques contra sinais ou símbolos religiosos. Também, naturalmente, aqueles que afetam a maioria dos cidadãos, cristãos no caso da Espanha e da Europa.

--Qual é a situação da liberdade religiosa nos paises muçulmanos e como afeta os cristãos?

--Rafael Navarro Valls: Não pode se falar de uma posição uniforme desses paises. A Tunísia, onde a liberdade de cultos é um fato, não é assimilável à Arábia Saudita, onde a liberdade religiosa é impensável. Tampouco pode ser comparada a situação dos cristãos maronitas no Líbano (aos que se respeita) com a dos cristãos coptas no Egito, onde, por exemplo, não podem ensinar árabe.

O que sim é certo é que há países muçulmanos em que não podem os sacerdotes exercer seu ministério, nem cabe culto público cristão. Assim, na Arábia Saudita as catacumbas dos cristãos são hoje as capelas de algumas embaixadas ocidentais e os campos de companhias petrolíferas estrangeiras. O regime saudita, que assimilou rapidamente a tecnologia ocidental, é extraordinariamente lento em incorporar a liberdade religiosa.

No demais, é um fato a progressiva migração dos cristãos dos países árabes do Oriente Médio e Próximo. A razão não é só a instabilidade política, é também a discriminação. A lógica fundamentalista
11/03/2006 21:34
 
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Cardeal Pham Minh Mân: Precisamos de novas sedes e mais professores

HO CHI MINH, sexta-feira, 10 de março de 2006 (ZENIT.org).- Na República Socialista do Vietnã a grande quantidade de candidatos nos seminários está marcando a urgência de habilitar novas sedes e buscar mais professores.

O cardeal Jean-Baptiste Pham Minh Mân –arcebispo de Ho Chi Minh– se encarregou de expressar esta realidade na agência do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (PIME) «AsiaNews».

De acordo com o purpurado, «na arquidiocese de Saigon há muitos jovens seminaristas cheios de fervor e os professores estão muito dedicados a seu trabalho».

Mas também existem problemas: «Sobretudo o elevado número: 230 seminaristas», e a lógica falta de espaço onde viver e ter aulas, além da «escassez de professores especialistas», aponta.

Por isso que é «prioritário reorganizar o seminário de Saigon, em colaboração com os responsáveis da arquidiocese e com as paróquias», pois a estrutura recebe os estudantes das seis dioceses meridionais.

Recorda a agência do PIME que em 2005 o governo permitiu a admissão de todos os candidatos propostos pelas dioceses –no passado autorizava a não mais que 10 ou 15 pessoas cada vez–.

E no princípio de 2006 o governo deu permissão ao seminário para abrir uma «sucursal» na antiga sede da escola teológica da cidade de Long Khanh –na diocese de Xuan Loc–, mas se necessitará muito tempo e recursos para a adequação do edifício.

A situação se complica «na arquidiocese de Hanói, onde faltam os espaços necessários para a docência» e se necessitará de «mais tempo para resolver o problema», admite o purpurado vietnamita.

Em Hanói, o seminário maior de São José, do qual procedem os sacerdotes para as oito dioceses setentrionais, tem 235 estudantes; não há, pois, lugar suficiente para pessoas, estudos e atividades complementares.

Os 43 seminaristas novos se vêem obrigados a usar o edifício salesiano de Co Nhue, a 18 quilômetros de distância.

Também desde 2005 o governo concedeu ao seminário acolher cada ano novos seminaristas, declara «AsiaNews». No verão passado estes deram seu trabalho em quatro leprosários do norte como parte de sua atividade pastoral.

Atualmente a escassez de especialistas faz necessário que os melhores professores se transladem aos diferentes seminários do país asiático.

A Santa Sé e o Vietnã não têm relações diplomáticas, mas há tempo que seguem um caminho de reaproximação. Nos últimos anos sucederam-se visitas de uma delegação da Santa Sé ao país asiático.

O Vietnã tem mais de 80 milhões de habitantes; desses, mais de 80% não praticam credo algum. A cifra de católicos no pais é calculada em torno de 6 milhões de fiéis, entre os quais a prática religiosa é muito elevada (80%-90%).




13/03/2006 19:03
 
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Leigos chineses asseguram a educação de crianças sem recursos


PEQUIM, domingo, 12 de março de 2006 (ZENIT.org).- Um grupo de católicos leigos assumiu os gastos educativos de 19 crianças pobres na China.

«Talvez nossa contribuição seja como uma gota no mar. Mas, ainda que pequena, ou inclusive invisível, quero oferecê-la com satisfação a uma criança que não pode permitir-se os estudos, pela pobreza de sua família», explica uma leiga católica de Pequim, ao ilustrar a iniciativa à agência vaticana «Fides».

A iniciativa educativa está-se promovendo na localidade de Xin Zhou, na província de Shan Xi.

O grupo atende e sustenta os gastos de instrução de 19 crianças e denominou esta iniciativa, de acordo com o pároco local de Xin Zhou, padre Hou Ying Rong, de «Ação de amor».

O grupo de leigos de Pequim realizou uma viagem à localidade para visitar quatro aldeias e seis famílias necessitadas.

Depois de ter levado uma contribuição econômica às famílias dos 19 jovens, também às não católicas, o grupo elaborou um documento firmado para sensibilizar outros possíveis doadores e continuar assim no futuro «Ação de Amor».

«Queremos dar a conhecer esta realidade a nossos fiéis de modo que se difunda o mais possível a ação de solidariedade e amor, como o Papa Bento XVI nos pede», afirma outro leigo citado por «Fides» sem comunicar seu nome.
14/03/2006 07:18
 
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Brasileiros em Roma realizam caminhada penitencial

Em sintonia com a Campanha da Fraternidade no Brasil

ROMA, segunda-feira, 13 de março de 2006 (ZENIT.org).- Dispostos a viver a Quaresma como verdadeiro caminho penitencial, os religiosos e fiéis brasileiros que vivem em Roma realizaram na manhã desse domingo a «Caminhada penitencial 2006».

O grupo estava em sintonia com a Campanha da Fraternidade da Igreja no Brasil em 2006, que esta edição com o tema «Fraternidade e pessoas com deficiência», segundo informa CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

A caminhada teve início às 8h (horário local) na Basílica de Santa Maria Maior, onde os brasileiros se reuniram. A seguir, na Igreja São Pedro 'in vincoli', houve o ato penitencial.

A caminhada prosseguiu até à Basílica de São Cosme e Damião, ao lado do Coliseu, onde foi celebrada a santa missa.

Dessa basílica, todos seguiram para a Praça São Pedro, onde, às 12h, participaram da oração mariana do Ângelus e receberam a bênção de Bento XVI.

Promovida pela Comunidade Brasileira e pelos Religiosos Brasileiros em Roma (RBR) a caminhada penitencial pretende ser um momento de encontro, de oração, de penitência e comunhão com a Igreja no Brasil e com a Campanha da Fraternidade.

Após rezar o Ângelus, o Santo Padre dirigiu-se ao grupo de peregrinos em língua-portuguesa.

«Saúdo também os visitantes de língua portuguesa que participam deste encontro mariano», disse o pontífice.

«De modo especial, --acrescentou o Papa-- abraço fraternalmente o grupo de religiosos e leigos brasileiros que, em preparação da Páscoa, peregrinaram nestes dias por algumas Basílicas romanas, em sinal de penitência e de solidariedade com a Campanha da Fraternidade promovida pela Igreja no Brasil. Que Deus vos abençoe!».
14/03/2006 19:29
 
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«Um difícil amigo»; segundo Dom Geraldo Majella Agnelo

Cardeal arcebispo de Salvador e presidente da Conferência episcopal brasileira

SALVADOR, terça-feira, 14 de março de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos artigo de Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo de Salvador e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), intitulado «Um difícil amigo». O texto foi enviado a Zenit esta terça-feira pela assessoria do cardeal.




* * *





Um difícil amigo




Este segundo domingo da quaresma nos traz, nos relatos bíblicos, uma marca, um selo de Deus que pode parecer chocante em nosso relacionamento com Ele: Deus é um difícil amigo! Depois de ter manifestado, na transfiguração de Jesus: “Este é o meu Filho predileto”, “não poupou o próprio Filho”, entregando-o à morte na cruz. E ao primeiro personagem do povo eleito da Aliança pediu o sacrifício de seu filho Isaac.

O tema do amor de Deus é o centro da mensagem cristã, argumento fundamental da revelação. Deus não revela o seu amor com ensinamentos teóricos; não dá a definição do amor, mas oferece o testemunho de um Deus que ama, que está à procura do homem, quer chamá-lo relacionar-se pessoalmente com ele, estreitar uma relação de amizade e de aliança.

Deus não somente ama, mas também quer ser amado. O amor de Deus parece exprimir-se exatamente na força com que exige do homem resposta incondicional. Deus tomou a iniciativa de oferecer o perdão do seu amor, quer porém que o homem o escolha, dê-lhe sua preferência em tudo, e lhe permaneça fiel. Ele conhece nossas dificuldades, mas parece multiplicar as mesmas em nosso caminho. Assim o significado do sacrifício de Isaac, na vida de Abraão.

Ao chamamento de Deus, Abraão responde com fé: “Aqui estou!” Nessa simples palavra está toda a vida do patriarca. Ele é servo de Deus, sempre pronto a obedecê-lo; é amigo de Deus. Depositário feliz da promessa maravilhosa, em Isaac, será pai de uma multidão incalculável. Nele, está todo seu futuro e de sua descendência. Nele se encarna a bênção divina que se estenderá pelos séculos. Sua história tem esse ritmo: Deus disse, Abraão responde.

A fé de Abraão foi cultivada e amadurecida mediante a prova. É manifestação da confiança em Deus, que fascina, mas é paradoxal, escapa a todo cálculo e previsão humana. Abraão apóia-se somente sobre a palavra de Deus, sobre suas promessas. É o modelo de nossa fé e da nossa resposta ao amor de Deus. Do sacrifício iniciado, Abraão retorna cheio de alegria com Isaac, mantido vivo.

O sacrifício de Isaac é prenúncio do sacrifício de Cristo Jesus. Jesus tinha já anunciado aos discípulos seu sofrimento na cruz, em Jerusalém. Os discípulos ficaram desconcertados, sem compreender o desfecho trágico da missão de Jesus. Não tinham aprofundado o desígnio do Pai que entrega seu Filho a morrer na cruz para salvar a humanidade; numa palavra, não compreendiam como se pode salvar no desastre do calvário. Ainda não tinham captado o modo de ser do amor de Deus, manifestado na morte de Cristo, escândalo para os Judeus, loucura para os gregos.

O evangelho de hoje (domingo, 12 de março, ndr.) nos apresenta Pedro, João e Tiago como testemunhas da revelação em que presenciam Jesus transfigurado, envolvido na glória de Deus, chamado pelo Pai: “Este é meu Filho amado: escutai-o.” Esta revelação é destinada a fazer os discípulos compreenderem o modo de agir do amor de Deus por nós e fortalecer sua fé. O reinado de Deus, já presente com Jesus vindo com poder, é submetido à paixão, vinculado à ressurreição.

A transfiguração é antecipação da ressurreição. Sua narração insere-se entre duas predições da paixão. O próprio Jesus mostra sua glória no esplendor das vestes. Moisés e Elias, na aliança e na profecia, tinham recebido revelações extraordinárias de Deus. Agora se apresentam como testemunhas da glória de Jesus. O que para a antiga aliança era futuro esperado, agora está presente e centraliza a história. A tradição situou a cena no monte Tabor, o novo Horeb ou Sinai de Moisés e Elias. Transfigurar significa transformar. Deus que em Jesus Cristo assumira a forma de escravo, assumindo a figura humana, humilhou-se. Pedro queria perpetuar a experiência do Tabor. O testemunho do Pai mostra a pessoa de Jesus em quem se deve crer, e seu ensinamento a ser posto em prática na vida.

A nós que temos ouvido o que Jesus ensinou e realizou, chegado até nós pela vivência cristã de dois milênios, podemos tentar interpretar também nossa experiência pessoal. Cremos que, com o batismo, Deus nos chamou à vida nova, diferente do modo de viver dos que se identificam com o mundo de egoísmo, de falta de amor. Deus nos destina à glória, prometendo a vitória sobre o mal e plenitude da felicidade. Somos provados pelos sofrimentos e pela incerteza do futuro. É a condição de quem vive na fé, que se apóia na palavra de Deus. Não devemos temer. Deus não poupou o próprio Filho. O amor de Deus não se limita a palavras: faz o caminho dos fatos, dando-nos o seu único Filho que passou pela morte na cruz, mas ressuscitou para sempre.


Dom Geraldo M. Agnelo
Cardeal Arcebispo de Salvador
14/03/2006 19:31
 
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Carta da Santa Sé com motivo da coleta a favor da Terra Santa

Enviada aos bispos pelo prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de março de 2006 (ZENIT.org).- Publicamos a carta que o prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, o cardeal Ignace Moussa I Daoud, enviou aos bispos católicos para sensibilizar a comunidade eclesial sobre a tradicional coleta pela Terra Santa, que na maioria das dioceses se celebra na Sexta-Feira Santa




* * *




Excelência Reverendíssima,
No início da Quaresma, esta Congregação que, por explícito mandato dos Sumos Pontífices, tem a responsabilidade de sensibilizar e promover toda sorte de iniciativas e intervenções em favor dos Lugares Santos, dirige-se às Conferências Episcopais e a cada Bispo para recomendar vivamente a tradicional Colecta "pro Terra Sancta".

Desde sempre, os Sumos Pontífices têm reservado a máxima solicitude para com aquelas comunidades cristãs. Demonstra-o claramente a longa série de documentos exarados ao longo dos séculos. São inesquecíveis as numerosas intervenções do Servo de Deus João Paulo II, referentes à situação do Oriente Médio e, especialmente, à terra Santa, imersa numa crise que registra cada dia sofrimentos inauditos.

A Terra do Senhor, com efeito, continua a ser o cenário de um conflito que se prolonga há decénios e que priva as comunidades e as instituições católicas dos meios adequados para a manutenção e a promoção das actividades religiosas, humanitárias e culturais. Tal dolorosa situação produz pobreza e desemprego, com graves consequências sobre as famílias e sobre toda a população. E alimenta o preocupante fenómeno do contínuo êxodo dos cristãos, sobretudo dos casais jovens para os quais não se entrevê um futuro seguro e digno.

Mas a presença dos cristãos na Terra Santa é mais do que necessária para o futuro pacífico daquela área e para o bem de toda a Igreja Universal, que deve achar presentes naqueles Lugares Santos comunidades vivas que professem a fé evangélica.

O Santo Padre Bento XVI, na Audiência aos participantes na Assembleia da "Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais" (R.O.A.C.O), dia 23 de junho de 2005, enfatizou que, apesar de tudo, "alguns sinais positivos, que chegam até nós nestes últimos meses, tornam mais sólida a esperança de que não tarde a chegar o dia da reconciliação entre as várias comunidades presentes na Terra Santa; e por isso não cessamos de orar com confiança". Eis a responsabilidade que a Igreja Universal tem em relação à Igreja Mãe de Jerusalém, "para com a qual todos os cristãos têm um débito inesquecível", segundo as palavras do próprio Papa.

2. O Santo Padre, em todas as ocasiões possíveis, tem confirmado o seu afecto e pedido oração por Jerusalém e por toda a Terra Santa.

Na Audiência Geral de quarta-feira, 12 de outubro de 2005, comentando o Salmo 121 com os Padres da Igreja, para os quais a Jerusalém antiga era sinal da concórdia universal definitiva, salientou a peculiar missão ecuménica e inter-religiosa da Santa Cidade: "Assim cresce a Igreja como uma verdadeira Jerusalém, um lugar de paz. Mas queremos rezar também pela Cidade de Jerusalém para que seja cada vez mais um lugar de encontro entre as religiões e os povos; para que seja realmente um lugar de paz". E na mensagem Urbi et Orbi, em ocasião do seu primeiro Natal, Ele invocou o Menino de Belém, para que "incuta coragem nos homens de boa vontade, que actuam na Terra Santa, no Iraque, no Líbano, onde os sinais de esperança, que apesar de tudo não faltam, esperam ser confirmados por comportamentos inspirados na lealdade e na sabedoria".

A todos os católicos do mundo, portanto, apresenta-se o dever de acompanhar com a oração e a solidariedade concreta as comunidades cristãs daquela Terra abençoada.

Ao senhor, aos seus colaboradores imediatos, a todos os sacerdotes, religiosos e fiéis que se esforçam pelo bom sucesso da colecta de Sexta-feira Santa, apraz-me transmitir a viva expressão reconhecimento do Santo Padre Bento XVI, juntamente com a minha gratidão e a da Congregação para as Igrejas Orientais.

Invoco copiosas bênçãos divinas sobre a sua pessoa e a comunidade eclesial de que é pastor, confirmando os meus sentimentos de fraterna comunhão.

Ignace Moussa Card. Daoud
Patriarca emérito de Antioquia dos Sírios, Prefeito
Antonio Maria Vegliò
Secretário


[Tradução distribuída pela Santa Sé]




15/03/2006 01:04
 
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Diocese de Leiria-Fátima lança informativo sobre a Reconciliação


FÁTIMA, terça-feira, 14 de março de 2006 (ZENIT.org).- A Diocese de Leiria-Fátima apresenta aos fiéis neste tempo de Quaresma o informativo «Confessar-se é a Festa da Reconciliação».

O informativo é distribuído em muitas comunidades e tem como objetivo ser utilizado para catequese comunitária sobre o Sacramento da Reconciliação e também na preparação pessoal da Confissão, segundo informa Agência Ecclesia.

O informativo busca ajudar, em uma primeira parte, a descobrir o «que é o perdão de Deus». Depois apresenta «os passos da Confissão» e sugere, ainda, um «exame de consciência».

Em seguida, lança «uma proposta de caminho novo, afirmando: “O Sacramento da Reconciliação é uma festa! Se Cristo fez festa contigo, não deverias tu também fazer o mesmo com os teus irmãos, a tua família, os teus amigos...?! – Anuncia o maravilhoso amor de Deus!».

Ainda no âmbito da caminhada pastoral deste ano, dedicado ao Acolhimento, foi também publicada uma proposta de celebração da festa da Reconciliação, a ser usada nas celebrações penitenciais que se realizam durante o tempo da Quaresma.

Irmã Lúcia
Praticamente um mês depois das cerimônias da trasladação do corpo de Irmã Lúcia para a Basílica de Fátima, que ocorreu no dia 19 de fevereiro, o jornal oficial do santuário, «Voz da Fátima», revela o aumento de peregrinos no local.

Embora afirme que as entradas não tenham sido contabilizadas, os responsáveis «constatam uma maior afluência, desde que lá se encontra sepultado o corpo da Irmã Lúcia».

Naquele dia 19 de fevereiro, as celebrações em Fátima foram presididas por D. Serafim Ferreira e Silva e concelebradas por 250 sacerdotes e 18 bispos.

Segundo o mesmo órgão oficial do santuário, participaram das celebrações cerca de 100 mil peregrinos, e inscreveram-se no Serviço de Peregrinos (SEPE) do Santuário sessenta peregrinações organizadas, de doze países, incluindo Portugal.

Última dos três pastorinhos aos quais a Virgem apareceu em Fátima em 1917, Irmã Lúcia morreu no dia 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, em Coimbra (Portugal).

15/03/2006 01:09
 
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Presença dos cristãos na Terra Santa é mais necessária que nunca

Carta da Congregação das Igrejas Orientais para em coleta a favor da Terra Santa

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de março de 2006 (ZENIT.org).- Ao promover a tradicional coleta da Sexta-Feira Santa em todas as dioceses do mundo em favor da Terra Santa, a Santa Sé assegura que a presença dos cristãos nos Santos Lugares é mais necessária que nunca, em particular para a paz.

É o que explica o cardeal Ignace Moussa Daoud, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, na carta que enviou a todos os bispos do mundo com esse motivo.

«A presença dos cristãos na Terra Santa hoje é mais necessária que nunca para conseguir um futuro pacífico daquela área e também para o bem de toda a Igreja universal, que há de encontrar presentes nos Santos Lugares comunidades vivas que professam a fé evangélica», afirma o patriarca emérito de Antioquia dos Sírios.

O purpurado envia a carta em virtude do explícito mandato que os papa deram à referida Congregação vaticana «de sensibilizar e promover todo tipo de iniciativas e intervenções em favor dos Santos Lugares».

Após recordar os históricos chamados de João Paulo II a favor da paz na Terra Santa e de seus cristãos, o cardeal constata que essa região continua sendo «cenário de um conflito que se prolonga há décadas e que priva as comunidades e as instituições católicas dos meios adequados para a manutenção e promoção das atividades religiosas, humanitárias e culturais».

«Essa dolorosa situação provoca pobreza e desemprego, com duras conseqüências para as famílias e para o conjunto da população», segue constatando. «E alimenta o preocupante fenômeno do êxodo dos cristãos, sobretudo dos casais jovens, que não se encontram com prospectivas de um futuro seguro e digno».

Se ao final do século XIX os cristãos na Terra Santa representavam 25% da população, hoje não chegam a 2,5%.

A mensagem constata que desde o início de seu pontificado Bento XVI manifestou constantemente sua proximidade à Terra Santa e não cansou de pedir orações por Jerusalém, «para que seja sempre mais um lugar de encontro entre as religiões e os povos; para que seja realmente um lugar de paz».

«Converte-se, portanto, em um dever, para todos os católicos do mundo, acompanhar com a oração e a solidariedade concreta as comunidades cristãs daquela Terra abençoada», conclui a carta.
15/03/2006 01:34
 
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Mensagem do Cardeal D. Eugenio de Araújo Sales

Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

10/03/2006



Abusos no Carnaval







Um fato aparentemente sem conseqüências foi, na verdade, o estopim de uma verdadeira catástrofe pelo número de mortes e destruições em várias partes do mundo. Refiro-me às 12 caricaturas de Maomé, publicadas semanas atrás em um jornal dinamarquês. Milhões e milhões de pessoas tomaram essa publicação como ofensa à sua fé religiosa. Provocou uma fúria destruidora o fato de alguns ridicularizarem o sagrado. E fiquei a pensar no que ocorre entre nós no Carnaval e em outras oportunidades.

A Santa Sé foi chamada a se pronunciar e a nota da Sala de Imprensa é um modelo de bom senso: “o direito à liberdade de pensamento, sancionado pela Declaração dos Direitos Humanos, não pode implicar o direito de ofender o sentimento religioso dos fiéis”. Na verdade, a consciência exige “um clima de respeito mútuo para favorecer a paz entre os homens e as nações”.

De um lado, “a reação diante de uma ofensa não pode faltar ao verdadeiro espírito de toda a religião” e de outro “as ofensas causadas por um indivíduo ou por um órgão de imprensa não podem ser imputadas às instituições públicas do país correspondente, cujas autoridades poderão e deverão, eventualmente, intervir segundo os princípios da legislação nacional”. Nesse sentido, reconhece que são igualmente deploráveis as violentas ações de protesto.

O exemplo dos muçulmanos questiona, a nós cristãos, no campo da sensibilidade, ante ofensas diante do Sagrado. O erro está nos métodos utilizados, absolutamente inaceitáveis. Reagir pacificamente, mas sem permanecer passivo diante de agressões.

Entre nós, as celebrações carnavalescas, por várias vezes, têm sido ocasião de abusos nessa matéria. Recordemos alguns casos. A figura sagrada do Cristo Redentor, a pretexto do amor aos pobres, foi objeto de tentativa de incluí-lo no desfile do Sambódromo; em outro momento, procuraram levar um quadro da Mãe de Cristo para carnaval e, ainda, a insistência em colocar uma imagem de Nossa Senhora que é conduzida na maior procissão Mariana em nosso país. Há muitos anos, um bloco carnavalesco sai às ruas com o nome do Senhor, de modo desrespeitoso. Creio que os participantes, a começar pelos promotores, o fazem por ignorância. No entanto, não permitiriam que fizessem o mesmo com o nome de seus pais. As vestes e símbolos religiosos são utilizados em desfiles, bem como as imagens sagradas de celebrações religiosas. E assim por diante.

Parece estranha a insistência em mesclar o Carnaval com Santos, paramentos, objetos sacros e procissões religiosas.

Mais estranho ainda, é quando essa mistura espúria é contrária à legislação atinente ao assunto. A Lei Municipal 3.507/03 pune com desclassificação as Escolas de Samba que agredirem com vilipêndio os sentimentos religiosos. É louvável o fato de a Liga Independente das Escolas de Samba desaconselhar a utilização de imagens de santos nessa oportunidade, para evitar o ultraje. O regulamento da mesma Liga, destaca claramente no inciso XIV, do artigo 16, quando adverte para o artigo 2.078 do Código Penal, que proíbe qualquer exibição pública que desrespeite atos ou objetos sacros. No entanto, um diário, entre nós, publicou uma matéria que traz em subtítulo: “Procissão, enredos, anjos e sambas em tom de oração estão em oito escolas do Grupo Especial”. No entanto, neste Carnaval, novamente houve a injúria e de nada valeu a legislação. Como faria bem aos cristãos refletir sobre o valor que os muçulmanos dão ao que lhes é Sagrado. E eles são mais de um bilhão de fiéis, abaixo somente dos que se declaram seguidores de Jesus Cristo e que permanecem, muitas vezes, inertes às ofensas a sua crença. A 20 de fevereiro último, o Santo Padre, ao receber o novo embaixador do Marrocos, assim se expressou: “Não podemos deixar de lamentar as ações dos que tiraram proveito deliberadamente da ofensa aos sentimentos religiosos para fomentar atos violentos, pois seus fins são estranhos à religião”.

O Senhor fundou sua Igreja e a confiou a Pedro e ao Colégio Apostólico: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Há uma doutrina e a interpretação autêntica cabe à Igreja de Cristo. Ninguém é obrigado a ela filiar-se. Não se pode, entretanto, unir Cristo a atitudes, valores que ferem o Senhor Jesus.

Qual a causa desses fatos lamentáveis? É verdade que há sinais positivos, dados pelo elevado número dos que participaram, incluindo muitos jovens, de retiros espirituais ou que aproveitaram os dias de Carnaval para outros objetivos nobres. Não tenho dados que indiquem se o número dos que se afastaram dos festejos carnavalescos é maior dos que os vindos de fora para o Carnaval. Pelo menos procuremos seguir o ensinamento de São Paulo: “Para não desvirtuar a cruz de Cristo” (1Cor 1, 17). A fim de nos ajudar, recordo o trecho da Encíclica de João Paulo II, intitulada “Veritatis Splendor” (“O Esplendor da Verdade”): “O confronto entre a posição da Igreja e a situação sociocultural de hoje põe imediatamente a descoberto a urgência de se desenvolver precisamente sobre esta questão fundamental um intenso labor pastoral por parte da própria Igreja. O laço essencial entre Verdade-Bem-Liberdade foi perdido em grande parte pela cultura contemporânea, e, portanto, levar o homem a redescobri-lo é hoje uma das exigências próprias da missão da Igreja, para a salvação do mundo” (nº 84).

Passado o Carnaval, fica uma interrogação aos que seguem o Cristo: aumentou em nós a imagem de Deus ou a força dos instintos se ampliou?

A “grandiosidade do espetáculo” e sua influência, não só no país como no exterior, lançam um desafio aos Pastores e aos homens de boa vontade. Cresce, assustadoramente, o despudor. Talentos artísticos, manifestações culturais poderiam servir melhor ao nosso país, do que denegri-lo fora do Brasil como, habitualmente, é feito com a divulgação de imagens ofensivas à moral dos brasileiros.
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