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Joseph Ratzinger: vida y obra

Ultimo Aggiornamento: 29/09/2008 18:46
29/01/2007 04:20
 
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À mesa com o cardeal


Adora sopas e bebe limonada, no Natal ficará em Roma «para não ser um estorvo em outro lugar», tem como autor predileto Santo Agostinho. Retrato particular de um príncipe da Igreja.

Entrevista de Alessandra Borghese




Segunda-feira, 25 de outubro, jantei com o cardeal Joseph Ratzinger, o seu secretário dom Georg Gaenswein e a princesa Thurn und Taxis. Foram algumas horas com o prefeito do ex Santo Ofício para descobrir um homem afável, doce e sobretudo dotado de bom humor. Quem o descreve como gelado, reservado, inacessível e intelectual demais não o conheceu.

Tudo começa às 19.30: em Roma faz calor, o cardeal acabou de dialogar com Ernesto Galli della Loggia sobre «História, religião e política» diante do Palazzo Colonna (as duas intervenções foram publicadas por extenso em Foglio de 27 de outubro). Alfredo, o motorista, está na direção da velha Mercedes azul com placa Scv (Stato della Città del Vaticano): o carro encosta no nosso ciclomotor e Alfredo nos faz sinal para segui-lo.

Alguns slalons no caótico trânsito de Roma e entramos no Vaticano pela porta Sant'Anna. O motorista explica aos guardas suíços e depois aos vigias da Santa Sé que o ciclomotor faz parte do séquito do cardeal. Um, dois, três blocos e estamos na Domus Santa Marta.
Lugar importante, este, a não perder de vista: justamente ali, no próximo conclave, os cardeais votantes (com menos de 80 anos) terão a sua residência. E será justamente o cardeal Ratzinger, decano do Sacro colégio, que guiará e supervisionará os trabalhos. «Antigamente ficavámos realmente isolados e trancados à chave, qualquer relação com o exterior era impensável», suspira Ratzinger, que não esconde a preocupação com que o uso de celulares possa de algum modo interferir nas votações.

Eis-nos no jantar. Numa salinha, sobre a mesa posta, o antepasto já está servido: bresaola com pedaços de grapefruit vermelho. O cardeal abençoa a comida e depois se senta. Normalmente não gosta de comer muito à noite, quase nunca mais que uma sopa. Observando-o à mesa, «o Tomás de Aquino da atualidade», como o define alguém da imprensa internacional, o homem culto e de incrívele finura intelectual cujos livros são objeto de estudo e debate mesmo entre os leigos mais aguerridos, não tem um ar cansado mas antes divertido. Enche um copo com seu «vinho» favorito: limonada. «O meu ritmo de trabalho e a necessidade de estar sempre muito lúcido não me permitem sequer um copo de vinho. Acordo às 6 da manhã, até poucos anos atrás até antes. Depois da missa, a meditação e o breviário, o meu dia de trabalho não me permite um só instante de pausa: encontros, reuniões, conferências, escritos para rever, documentos para assinar».

Nesse momento Sua Eminência começa a fazer perguntas a Gloria Thurn und Taxis, quer saber dos filhos, do que estão fazendo e se vão passar o Natal na amada Ratisbona onde, entre outras coisas, reside também o irmão do cardeal. Thurn und Taxis responde que estarão na África e que não vê a hora de estar com o povo do lugar. Ratzinger olha para ela e exclama: «Achava que a senhora fosse à África para ver as girafas e os elefantes!». Todos estouramos numa gargalhada. É um Ratzinger tranqüilo, bem humorado, aberto aquele que janta conosco. Vendo-o tão disponível, pergunto-lhe o que fará no Natal. «Vou ficar em Roma» responde, «aqui é o lugar de um cardeal. Em qualquer outra cidade ou lugarejo eu seria um estorvo: há já os bispos e os párocos para as celebrações». Em certo sentido, o Santo Padre «acorrentou» perto de si o amigo fiel, o seu máximo defensor. Enquanto uma freira troca os pratos e serve uma sopa de verduras, seguida de peitos de frango com salada campestre, insisto nas perguntas.

Eminência, como o senhor reza, tem um santo favorito? «Rezo diretamente a Deus, é com Ele o meu colóquio. Diria que o santo a que me sinto mais ligado è Agostinho». Não São José?, intervém surpresa a princesa bávara. «Sem dúvida» responde prontamente Ratzinger «como esquecer o companheiro de Maria, o pai adotivo de Jesus! Mas, a respeito de São José, gostaria de lhes contar uma historinha. Alemanha, nos anos do nazismo. Um certo momento corre o boato de que num instituto para crianças deficientes os próprios meninos foram habituados a cuspir na fotografia de Hitler. A notícia é obviamente falsa, posta em circulação para eliminar as crianças doentes. Mas as autoridades querem examinar o assunto e os nazistas decidem realizar um interrogatório na escola para verificar os fatos. As freiras ficam apavoradas. O protetor do Instituto è São José e um grande quadro que o representava está bem à vista no refeitório. Um dos guardas se aproxima dos meninos. Mostra-lhes uma fotografia do Führer e lhes pergunta: quem é ele E as crianças, sem sombra de dúvida, respondem: "São José"».

Enquanto chega ao prato do cardeal um abacaxi cortado em fatias, a nós três é servido o sorvete. Já são 21.30, ultrapassamos o tempo máximo. Sua Eminência diz sentado a oração de agradecimento, depois se levanta e pede a dom Georg que o acompanhe até a casa. Antes de se despedir de nós, certifica-se de que sabemos como sair do Vaticano, já que a porta Perugino está fechada. «Vocês têm que passar a antiga igreja de Santo Stefano degli Abissini, deixare o governatorato à esquerda, virar no pátio da Sentinella, passar o pátio do Belvedere e sair pela porta Sant'Anna».
Sua Eminência vai caminhando a pé pela rua que ladeia a grande Cúpula de San Pietro. Do nosso ciclomotor, mais um adeus: «Jesus Cristo seja louvado!». No silêncio profundo ecoa a resposta do cardeal e de dom Georg: «Seja sempre louvado!».

(C) Panorama, 8/11/2004
www.panorama.it/italia/vaticano/articolo/ix1-A020001027699


30/01/2007 04:20
 
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Joseph Ratzinger: ¿personaje o persona?

Con no poca frecuencia el personaje oculta o deja en la penumbra toda la riqueza y perfiles de la persona que lo sustenta. Para hablar del hombre Ratzinger, pudiera parecer que es un lugar común decir de él que es un hombre de fe, hombre de Dios. Pero es clarísimo que así es y así actúa. Y, en consecuencia de ello, se muestra muy preocupado por el hombre.

«Ser» del hombre que lo encuentra a partir de la fe; pues el hombre actual, como todo hombre, necesita del Dios, que actúa salvíficamente. Dice contundentemente: «La misericordia de Cristo no es una gracia barata; no implica trivializar el mal. Cristo lleva en su cuerpo y en su alma todo el peso del mal, toda su fuerza destructora. Quema y transforma el mal en el sufrimiento, en el fuego de su amor doliente».

Esta afirmación de corte contundente nos lleva a aclarar que, quienes más le conocen, afirman que es un hombre de firmes convicciones y certezas, pero no de dogmatismos. En las reuniones de Doctrina de la Fe, que presidió largos años, lo primero que detectaban su colaboradores, y que confirma que no era dogmático –en un sentido cerrado o peyorativo–, era que, con entera libertad, podían siempre opinar, y que el Presidente rectificaba su propio juicio no pocas veces.

La naturalidad y sencillez suyas continuaban siendo manifiestas, aunque presidía, como Decano del Colegio Cardenalicio, a la izquierda del cardenal Martínez Somalo, como Camarlengo, máxima autoridad en la Iglesia «Sede Vacante». En una de las sesiones, explicándonos un «ceremoniere» por dónde habíamos de entrar un día determinado al Vaticano, se insistió que sería por la «Puerta Petrina».

Al acabar la explicación, el cardenal Ratzinger pidió la palabra decir que agradecía que le hubieran aclarado por dónde había estado entrando a su trabajo por más de veinte años. «Nunca supe –dijo– que era la Puerta Petrina». Se manifiesta su sencillez y buen humor, tomándose a broma él mismo. Tras su nombramiento, no cambia esa humilde actitud. Sinceramente nos decía en su primera homilía a los cardenales: «Contra todas mis previsiones, la divina Providencia, a través del voto de los venerados padres cardenales, me ha llamado a suceder a ese gran Papa […] Al escogerme como Obispo de Roma, el Señor ha querido que sea su Vicario, ha querido que sea la “piedra” en la que todos puedan apoyarse con seguridad. A Él le pido que supla la pobreza de mis fuerzas para que sea valiente y fiel pastor de su rebaño, siempre dócil a las inspiraciones de su Espíritu».

La «persona» Ratzinger –sencilla–, dijo que no esperaba ser elegido. Dijo verdad, al afirmar que «contra todas mis previsiones», le habíamos elegido a él. Una notoria prueba fue que, en la primera foto que se le hizo de Papa, al saludar a la muchedumbre desde el balcón, al extender hacia ella sus brazos. Todos pudimos ver unos puños y un jersey negro en sus muñecas. Para mí, ello demostraba que no pensaba ser el protagonista del día.

Tras la concelebración con el Colegio Cardenalicio, comienza expresando sus sentimientos. «Por una parte, un sentimiento de incapacidad y de turbación humana, por la responsabilidad respecto a la Iglesia universal, como sucesor del apóstol Pedro en esta Sede de Roma, que ayer me fue confiada. Por otra parte siento en mí una profunda gratitud a Dios. Y lo considero como una gracia especial que me ha obtenido mi venerado predecesor Juan Pablo II. Me parece sentir su mano fuerte, que estrecha la mía; me parece ver sus ojos sonrientes y escuchar sus palabras, dirigidas particularmente en este momento a mí: “¡No tengas miedo!”». Sigamos con la «persona».

Tras su elección llegó el nuevo Papa a la residencia de Santa Marta. En la recepción, se le acercó la superiora a besarle la mano y, tras haberlo hecho, el Papa le puso la mano sobre la cabeza y la besó. Otro tanto hizo con cuantas nos habían acogido esos días. Ese sencillo gesto desmentía la imagen caricaturesca –de dureza, inflexibilidad inquisitorial– que durante tantos años se había lanzado en muchos medios.

Acabemos preguntándonos qué piensa de la Iglesia el hombre que la rige. Más de una vez ha distinguido Joseph Ratzinger entre la Iglesia «sincrónica» y la «diacrónica». La primera es la Iglesia vista actualmente, en su limitación temporal y espacial, y «la Iglesia no puede considerarse sólo así, sino también en sentido diacrónico. Ello significa que en ella ninguna generación está aislada. En el cuerpo de Cristo no cuenta ya el límite de la muerte. En él, pasado, pretérito y futuro se compenetran y, por eso, el “nosotros” es el de la Iglesia de todos los tiempos». Ello conduce a una idea de Iglesia que, por ser real, es más esperanzadora y gozosa.

Cardenal Ricard María Carles (La Razón)
21/04/2007 09:11
 
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JOSEPH RATZINGER
Vida de Benedicto XVI antes de ser elegido pontifice

26/06/2007 20:45
 
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A consciência e a vida correta


Por Joseph Ratzinger



Seguir a consciência significa realizar todos os nossos gostos? O conceito de autoridade exclui o conceito de liberdade? O então Cardeal Ratzinger fala sobre essas e outras questões nesse conjunto de reflexões tirado do posfácio do livro Joseph Ratzinger: uma biografia.




A unidade do homem tem um órgão: a consciência. Foi uma ousadia de São Paulo afirmar que todos os homens têm a capacidade de escutar a sua consciência, separando assim a questão da salvação da questão do conhecimento e da observância da Torah e situando-a no terreno da comum exigência da consciência em que o Deus único fala e diz a cada um o que é verdadeiramente essencial na Torah: Quando os gentios, que não têm lei, cumprem naturalmente as prescrições da lei, sem ter lei são lei para si mesmos, demonstrando que têm a realidade dessa lei escrita no seu coração, segundo o testemunho da sua consciência... (Rom 2, 14 e segs.). Paulo não diz: “Se os gentios se mantiverem firmes na sua religião, isso é bom diante do juízo de Deus”. Pelo contrário, ele condena grande parte das práticas religiosas daquele tempo. Remete para outra fonte, para aquela que todos trazem escrita no coração, ao único bem do único Deus.

Seja como for, aqui se enfrentam hoje dois conceitos contrários de consciência, que na maioria das vezes simplesmente se intrometem um no outro. Para Paulo, a consciência é o órgão da transparência do único Deus em todos os homens, que são um homem. Em contrapartida, atualmente a consciência aparece como expressão do caráter absoluto do sujeito, acima do qual não pode haver, no campo moral, nenhuma instância superior. O bem como tal não seria cognoscível. O Deus único não seria cognoscível. No que diz respeito à moral e à religião, a última instância seria o sujeito.

Isto seria lógico, se a verdade como tal fosse inacessível. Assim, o conceito moderno da consciência equivale à canonização do relativismo, da impossibilidade de haver normas morais e religiosas comuns, ao passo que, pelo contrário, para Paulo e para a tradição cristã, a consciência sempre foi a garantia da unidade do ser humano e da cognoscibilidade de Deus, e assim da obrigatoriedade comum de um mesmo e único bem. O fato de que em todos os tempos houve e há santos pagãos baseia-se em que em todos os lugares e em todos os tempos – embora muitas vezes com grande esforço e apenas parcialmente – a voz do coração era perceptível; a Torah de Deus se nos fazia perceptível como obrigação dentro de nós mesmos, no nosso ser criatural, e assim tornava possível que superássemos a mera subjetividade na relação de uns com os outros e na relação com Deus. E isto é a salvação (1).



CONSCIÊNCIA E VERDADE

A vida e a obra do Cardeal Newman poderia ser realmente definida como um extraordinário e extenso comentário ao problema da consciência <...>. Quem não se recorda <...> da famosa frase acerca da consciência na carta que dirigiu ao duque de Norfolk? Diz assim: “Se tivesse de brindar pela religião, o que é altamente improvável, fá-lo-ia pelo Papa. Mas em primeiro lugar pela consciência. Só depois o faria pelo Papa” (2). Newman queria que a sua resposta fosse uma adesão clara ao Papado em face da contestação de Gladstone, mas também queria que fosse, em face das formas errôneas do “ultramontanismo”, uma interpretação do Papado que só pode ser concebido adequadamente quando visto de forma conjunta com o primado da consciência, não como oposto a ela, mas como algo que a funda e lhe dá garantia. É difícil para o homem moderno, que pensa sempre na subjetividade como oposta à autoridade, entender esse problema. Para ele, a consciência está do lado da subjetividade e é expressão da liberdade do sujeito, enquanto a autoridade aparece como sua limitação e, inclusive, como sua ameaça e negação. É preciso aprofundar mais em tudo isso para entender de novo a perspectiva em que tal oposição não é válida.

O conceito central de que Newman se serve para unir autoridade e subjetividade é a verdade. Não tenho reparos em dizer que a verdade é a idéia central da sua luta espiritual. A consciência ocupa para ele um lugar central porque a verdade está no centro. Dito de outra maneira: em Newman, a importância do conceito de consciência está unida à excelência do conceito de verdade e deve ser entendida exclusivamente a partir dele. A presença constante da idéia de consciência não significa a defesa, no século XIX e em contraposição à neo-escolástica “objetivista”, de uma filosofia ou uma teologia da subjetividade. O sujeito merece, a seu ver, uma atenção como não havia despertado talvez desde Santo Agostinho. Mas é uma atenção na linha de Santo Agostinho, não na da filosofia subjetivista da modernidade. Ao ser elevado ao cardinalato, Newman confessou que toda a sua vida tinha sido uma luta contra o liberalismo. Poderíamos acrescentar: e também contra o subjetivismo cristão tal como o encontrou no movimento evangélico do seu tempo, e que constituiu o primeiro degrau de um caminho de conversão que duraria toda a sua vida.

A consciência não significa para Newman a norma do sujeito frente às demandas da autoridade num mundo sem verdade, que vive entre as exigências do sujeito e da ordem social, mas, antes, a presencia clara e imperiosa da voz da verdade no sujeito. A consciência é a anulação da mera subjetividade no ponto em que se tangenciam a intimidade do homem e a verdade de Deus. São significativos os versos que escreveu na Sicília em 1833: “Eu amava o meu próprio caminho. Agora Te peço, ilumina-me para Te seguir” (3). A conversão ao catolicismo não foi para ele uma questão de gosto pessoal ou de uma necessidade anímica subjetiva. Já em 1844, no umbral de sua conversão, falava sobre isso com estas palavras: “Ninguém pode ter uma opinião mais desfavorável que eu da situação atual dos católicos” (4). Mas a Newman importava mais obedecer à verdade, inclusive contra o seu próprio sentir, que seguir o seu gosto, os vínculos de amizade e os caminhos trilhados.

Parece-me muito significativo que ele tenha sublinhado a prioridade da verdade sobre o bem na série das virtudes, ou, expresso de forma mais compreensível para nós, a sua primazia em face do consenso e dos pactos de grupo. Eu diria que essas atitudes são comuns quando falamos de um homem de consciência. Homem de consciência é aquele que não compra tolerância, bem-estar, êxito, reputação e aprovação públicas renunciando à verdade. Nisso Newman coincide com outra grande testemunha britânica da consciência, com Thomas More, para quem a consciência nunca foi expressão da sua vontade de obstinação nem de heroísmo caprichoso. Thomas More contava-se a si mesmo entre os mártires temerosos que só depois de muitos atrasos e inumeráveis questionamentos conseguiu levar a alma a obedecer à consciência: a obediência à verdade, que deve estar acima das instâncias sociais e dos gostos pessoais. Aparecem então dois critérios para distinguir a presença de uma verdadeira voz da consciência: que não coincida com os desejos e gostos próprios nem com o que é mais benéfico para a sociedade, o consenso do grupo ou as exigências do poder político ou social.

Chegados a este ponto, parece natural lançar um olhar aos problemas da nossa época. O indivíduo não deve trair a verdade reconhecida para comprar o progresso e o bem-estar. A humanidade não o permite. Com isto, tocamos o ponto verdadeiramente crítico da modernidade: o conceito de verdade foi praticamente abandonado e substituído pelo de progresso. O progresso “é” a verdade. Mas com essa aparente elevação desmente-se e anula a si próprio, pois quando não há direção, o mesmo movimento pode ser tanto progressivo como retrógrado. É assim que a teoria da relatividade formulada por Einstein vê o cosmos físico. Mas penso que também descreve com acerto a situação do cosmos espiritual do nosso tempo. A teoria da relatividade estabelece que não há nenhum sistema de referência fixo; cabe a nós considerar um ponto qualquer como referência e a partir dele tentar medir a totalidade, pois apenas assim poderemos obter resultados; da mesma maneira que escolhemos um, poderíamos ter escolhido qualquer outro.

O que se diz a respeito do cosmos físico reflete também o segundo giro “copernicano” que se deu na nossa relação fundamental com a realidade: a verdade, o absoluto, o ponto de referência do pensamento deixou de ser evidente. Por isso, já não há – tampouco do ponto de vista espiritual – nem norte nem sul. Não há direção num mundo sem pontos de medida fixos. O que consideramos direção não assenta numa medida verdadeira, mas numa decisão nossa e, em última análise, no ponto de vista da utilidade. Num tal contexto “relativista”, a ética teleológica ou conseqüencialista converte-se numa ética niilista, mesmo quando não se percebe. O que numa cosmovisão como essa se chama “consciência” é, considerada em profundidade, um modo de dissimular que não há autêntica consciência, isto é, unidade de conhecimento e verdade. Cada um cria os seus próprios critérios, e, na situação de relatividade geral, ninguém pode ajudar os outros, e menos ainda dar-lhes instruções.

Agora se percebe a enorme radicalidade do debate ético atual, cujo centro é a consciência. Penso que o paralelismo mais aproximado na história das idéias é a controvérsia entre Sócrates e Platão, por um lado, e os sofistas, por outro, na qual se põe à prova a resolução originária de duas atitudes fundamentais: a confiança na capacidade humana de verdade e uma visão do mundo na qual o homem cria os seus próprios critério.

O motivo pelo qual Sócrates, um pagão, se converteu em certo sentido num profeta de Jesus Cristo é, a meu ver, essa questão primordial: a sua disposição de acolher a verdade foi o que permitiu ao modo de fazer filosofia inspirado na sua figura o privilégio de ser de algum modo um elemento da História Sagrada, e o que fez dele um recipiente idôneo do Logos cristão, cuja finalidade é a libertação pela verdade e para a verdade. Se separarmos a luta de Sócrates das contingências históricas do momento, perceberemos rapidamente com que intensidade intervém – com outros argumentos e nomes – nos assuntos da polêmica do presente. <...>

em muitos lugares já não se pergunta o quê um homem qualquer pensa. Basta-nos dispor de uma idéia sobre o seu modo de pensar para incluí-lo na categoria formal conveniente: conservador, reacionário, fundamentalista, progressista ou revolucionário. A inclusão num esquema formal torna desnecessária qualquer explicação do seu pensamento. Algo parecido, mas reforçado, se observa na arte. O que expressa é indiferente: pode glorificar Deus ou o diabo. O único critério é que seja formalmente conhecido.

Com isto, chegamos ao verdadeiro núcleo do nosso assunto. Quando os conteúdos não contam e a pura fraseologia assume o comando, o poder converte-se em critério supremo, isto é, transforma-se em categoria – revolucionária ou reacionária – dona de tudo. Esta é a forma perversa de semelhança com Deus de que fala o relato do pecado original. O caminho do mero poder e da pura força é a imitação de um ídolo, não a realização da imagem de Deus. O traço essencial do homem enquanto homem não é perguntar pelo poder, mas pelo dever, e abrir-se à voz da verdade e suas exigências. Esta é, a meu ver, a trama definitiva da luta de Sócrates. Também é o argumento mais profundo do testemunho dos mártires: os mártires manifestam a capacidade de verdade do homem como limite de qualquer poder e como garantia da sua semelhança com Deus. É assim que os mártires se constituem nas grandes testemunhas da consciência, da capacidade outorgada ao homem para perceber o dever acima do poder e começar o progresso verdadeiro e a ascensão efetiva (5).


A CONSCIÊNCIA “INFALÍVEL”

A consciência é apresentada como o baluarte da liberdade em face das constrições da existência causadas pela autoridade. <...> Desse modo, a moral da consciência e a moral da autoridade parecem enfrentar-se como duas morais contrapostas em luta recíproca. A liberdade do cristão ficaria a salvo graças ao postulado original da tradição moral: a consciência é a norma suprema que o homem deve seguir sempre, mesmo quando vai contra a autoridade. Quando a autoridade, nesse caso o Magistério da Igreja, falasse sobre problemas de moral, estaria submetendo um material à consciência, que reservaria sempre para si mesma a última palavra <...>. Essa concepção da consciência como última instância é recolhida por alguns autores na fórmula “a consciência é infalível”. <...>

Por um lado, é inquestionável que devemos sempre seguir o veredito evidente da consciência, ou pelo menos não o infringir com as nossas ações. Mas é muito diferente sustentar a convicção de que o ditame da consciência, ou o que consideramos como tal, sempre estaria certo, sempre seria infalível. Semelhante afirmação significaria o mesmo que dizer que não há verdade alguma, ao menos em matéria de moral e religião, isto é, justamente no âmbito que é o fundamento constitutivo da nossa existência. Como os juízos da consciência se contradizem uns aos outros, só haveria uma “verdade do sujeito” <...>.

A pergunta pela consciência nos transporta, na prática, para o domínio essencial do problema moral e a interrogação acerca da existência do homem. Não gostaria de pôr esses problemas em forma de considerações estritamente conceituais e, por conseguinte, completamente abstratas, mas preferiria avançar de modo narrativo.

Primeiramente, contarei a história da minha relação pessoal com esse problema. Ele pôs-se pela primeira vez com toda a sua urgência no começo da minha atividade acadêmica. Um meu colega mais velho <...>, expressou durante uma disputa a opinião de que devíamos dar graças a Deus por conceder a muitos homens a possibilidade de fazer-se não-crentes seguindo a sua consciência; se lhes abríssemos os olhos e eles se fizessem crentes, não seriam capazes de suportar neste nosso mundo o peso da fé e das suas obrigações morais. Mas, como todos seguiram de boa-fé um caminho diferente, poderiam alcançar a salvação.

O que mais me chocava nessa afirmação não era a idéia de uma consciência equivocada concedida pelo próprio Deus para poder salvar os homens mediante esse estratagema, isto é, a idéia de uma ofuscação enviada por Deus para a salvação de alguns. O que me perturbava era a idéia de que a fé fosse uma carga insuportável que só naturezas fortes poderiam suportar, quase um castigo ou, em todo o caso, uma exigência difícil de cumprir. A fé não facilitaria a salvação, antes a dificultaria. Livre seria aquele que não carregasse com a necessidade de crer e de dobrar-se ao jugo da moral que decorre da fé da Igreja Católica. A consciência errônea, que permitiria uma vida mais leve e mostraria um caminho mais humano, seria a verdadeira graça, o caminho normal da salvação. A falsidade e o afastamento da verdade seriam melhores para o homem do que a verdade. O homem não seria libertado pela verdade, mas deveria ser libertado dela. A morada do homem seria mais a obscuridade do que a luz, e a fé não seria um dom benéfico do bom Deus, mas uma fatalidade.

Porém, se as coisas fossem assim, como poderia surgir a alegria da fé? Como poderia surgir a coragem de transmiti-la aos demais? Não seria melhor deixá-los em paz e mantê-los distantes dela? Foram idéias como essa que paralisaram, com cada vez mais força, a tarefa evangelizadora. Quem encara a fé como uma carga pesada ou como uma exigência moral excessiva não pode convidar outras pessoas a abraçá-la. Prefere deixá-los na suposta liberdade da sua boa consciência.

<...> O que inicialmente me estarreceu no argumento mencionado era, sobretudo, a caricatura de fé que me pareceu haver nele. Mas, numa segunda consideração, pareceu-me igualmente falso o conceito de consciência que pressupunha. A consciência errônea protege o homem das exigências da verdade e o salva: assim soava o argumento. A consciência não aparecia nele como uma janela que abre para o homem o panorama da verdade comum que sustenta a cada um e a todos, tornando possível que sejamos uma comunidade de vontade e de responsabilidade apoiada na comunidade do conhecimento. Nesse argumento, a consciência também não é a abertura do homem ao fundamento que o sustenta nem a força que lhe permite perceber o supremo e essencial. Trata-se antes de uma espécie de invólucro protetor da subjetividade <...> que não dá acesso à estrada salvadora da verdade, que ou não existe ou é exigente demais; e converte-se assim em justificação da subjetividade, que não se quer ver questionada, e do conformismo social, que deve possibilitar a convivência como valor médio entre as diversas subjetividades. Desaparecem assim o dever de buscar a verdade e as dúvidas quanto às atitudes e costumes dominantes: bastariam o conhecimento adquirido individualmente e a adaptação aos outros. O homem é reduzido às convicções mais superficiais, e quanto menor a sua profundidade, melhor para ele. <...>.

Pouco depois, numa disputa entre um grupo de colegas sobre a força justificadora da consciência errônea, alguém objetou contra essa tese que, se fosse universalmente válida, estariam justificados – e deveríamos procurá-los no céu – os membros das SS que cometeram os seus crimes com um conhecimento fanatizado e plena segurança de consciência. <...> Não haveria a menor dúvida de que Hitler e os seus cúmplices, que estavam profundamente convencidos do que faziam, não podiam ter agido de outra forma. Apesar do horror objetivo das suas ações, teriam agido moralmente do ponto de vista subjetivo. Como seguiam a sua consciência, embora esta os tivesse guiado erroneamente, deveríamos reconhecer que as suas ações eram morais para eles; não poderíamos duvidar, em suma, da salvação eterna das suas almas.

A partir dessa conversa, sei com segurança absoluta que há algum erro na teoria sobre a força justificadora da consciência subjetiva; em outras palavras, que um conceito de consciência que conduz a semelhantes resultados é falso. A firme convicção subjetiva e a segurança e falta de escrúpulos que dela derivam não tiram a culpa do homem. Quase trinta anos depois, lendo o psicólogo Albert Görres, descobri resumida em poucas palavras a idéia que então tentava penosamente reduzir a conceitos e cujo desenvolvimento forma o núcleo das nossas reflexões. Görres indica que o sentimento de culpabilidade, a capacidade de sentir culpa, pertence de forma essencial ao patrimônio anímico do homem. O sentimento de culpa, que rompe a falsa tranqüilidade da consciência <...>, é um sinal tão necessário para o homem como a dor corporal, que permite conhecer a alteração das funções vitais normais. Quem não é capaz de sentir culpa está espiritualmente doente, é um “cadáver vivente, uma máscara do caráter”, como diz Görres (6). “Os animais e os monstros, entre outros, não têm sentimento de culpa. Talvez Hitler, Himmler ou Stalin também não o tenham tido. Com certeza, os chefões da máfia também carecem dele. Mas, na verdade, é bem possível que os seus cadáveres estejam ocultos no sótão, junto com os sentimentos de culpa rejeitados... Todos os homens necessitam de um sentimento de culpa” (7).

Além do mais, uma rápida olhada na Sagrada Escritura poderia ter evitado esses diagnósticos e as teorias da justificação pela consciência errônea. No Salmo 19, 13 encontramos uma proposição eternamente digna de reflexão: “Quem será capaz de reconhecer os seus deslizes? / Limpa-me <, Senhor,> dos que me são ocultos”. Isso não é um “objetivismo veterotestamentário”, mas profunda sabedoria humana: negar-se a ver a culpa ou fazer emudecer a consciência em tantos assuntos é uma doença da alma mais perigosa que a culpa reconhecida como culpa. Aquele que é incapaz de perceber que matar é pecado cai mais baixo do que aquele que reconhece a ignomínia da sua ação, pois está muito mais distante da verdade e da conversão. Não é em vão que, diante de Jesus, o orgulhoso aparece como alguém verdadeiramente perdido. O fato de o publicano, com todos os seus pecados indiscutíveis, parecer mais justo diante de Deus que o fariseu, com todas as suas obras verdadeiramente boas (Lc 18, 9-14), não significa que os pecados do publicano não sejam pecados nem que não sejam boas as obras boas. <...> O fundamento desse juízo paradoxal de Deus revela-se precisamente a partir do nosso problema: o fariseu não sabe que também tem pecados. Está inteiramente quite com a sua consciência. Mas o silêncio da consciência torna-o impermeável a Deus e aos homens, ao passo que o grito da consciência que aflora no publicano torna-o capaz da verdade e amor. Jesus pode atuar nos pecadores porque eles não se fazem inacessíveis às mudanças que Deus espera deles – de nós – escondendo-se atrás do biombo da sua consciência errônea. Mas não pode atuar nos “justos”, que não sentem necessidade nem de perdão nem de conversão; a sua consciência, que os exculpa, não acolhe nem o perdão nem a conversão.

Voltamos a encontrar a mesma idéia, ainda que exposta de outro modo, em Paulo, que nos diz que os gentios, quando guiados pela razão natural, sem Lei, cumprem os preceitos da Lei (Rom 2, 1-16). Toda a teoria da salvação pela ignorância fracassa diante desses versículos: no homem, existe a presença inegável da verdade, da verdade do Criador, que se oferece também por escrito na revelação da História Sagrada. O homem pode ver a verdade de Deus no fundo do seu ser criatural. É culpado se não a vê. Só se deixa de vê-la quando não se quer vê-la, ou seja, porque não se quer vê-la. Essa vontade negativa que impede o conhecimento é culpa. Que o farol não brilhe é conseqüência de um afastamento voluntário do olhar daquilo que não queremos ver.

A estas alturas das nossas reflexões, é possível tirar as primeiras conseqüências para responder à pergunta sobre o que é a consciência. Agora já podemos dizer: não é possível identificar a consciência humana com a autoconsciência do eu, com a certeza subjetiva de si e do seu comportamento moral. Essa consciência pode ser às vezes um mero reflexo do meio social e das opiniões nele difundidas. Outras vezes, pode estar relacionada com uma pobreza autocrítica, com não ouvir suficientemente a profundidade da alma. O que se deu no Leste Europeu após a derrocada dos sistemas marxistas confirma este diagnóstico. Os espíritos mais claros e despertos dos povos libertados falam de um imenso abandono moral, produzido por muitos anos de degradação espiritual, e de um embotamento do sentido moral, cuja perda e os perigos que acarreta pesariam ainda mais que os danos econômicos que produziu. O novo patriarca de Moscou pôs energicamente em evidência esse aspecto, no começo da sua atividade, no verão de 1990: as faculdades perceptivas dos homens que vivem num sistema de engano turvam-se inevitavelmente. A sociedade perde a capacidade de misericórdia e os sentimentos humanos desaparecem. <...> “Temos de conduzir de novo a humanidade aos valores morais eternos”, isto é, desenvolver de novo o ouvido quase extinto para escutar o conselho de Deus no coração do homem. O erro, a consciência errônea, só são cômodos num primeiro momento. Depois, o emudecimento da consciência converte-se em desumanização do mundo e em perigo mortal, se não reagimos contra eles.

Em outras palavras: a identificação da consciência com o conhecimento superficial e a redução do homem à subjetividade não libertam, mas escravizam. Fazem-nos completamente dependentes das opiniões dominantes e reduzem dia após dia o nível dessas mesmas opiniões dominantes. Aquele que iguala a consciência à convicção superficial identifica-a com uma segurança aparentemente racional, tecida de fatuidade, conformismo e negligência. A consciência degrada-se à condição de mecanismo exculpatório, em vez de representar a transparência do sujeito para refletir o divino, e, como conseqüência, degrada-se também a dignidade e a grandeza do homem. A redução da consciência à segurança subjetiva significa a supressão da verdade. Quando o salmista, antecipando a visão de Isaías sobre o pecado e a justiça, pede para libertar-se dos pecados que se nos ocultam, chama a atenção para o seguinte fato: deve-se, sem dúvida, seguir a consciência errônea, mas a supressão da verdade que a precede, e que agora se vinga, é a verdadeira culpa, que adormece o homem numa falsa segurança e por fim o deixa só num deserto inóspito (8).


FORMAR A CONSCIÊNCIA

Certamente a fé cristã vai além daquilo que a pura razão é capaz de reconhecer, mas faz parte das suas convicções fundamentais que Cristo é o Logos, quer dizer, a razão criadora de Deus da qual procede o mundo e que se reflete na nossa racionalidade. O apóstolo Paulo, que falou com tanta ênfase da novidade e da unicidade do cristianismo, destacou ao mesmo tempo que o preceito moral registrado na Sagrada Escritura coincide com aquele que “está inscrito nos nossos corações, segundo o testemunho da nossa consciência” (Rom 2, 15). É verdade que, com freqüência, esta voz do nosso coração, a consciência, é sufocada pelos ruídos secundários da nossa vida. A consciência pode, por assim dizer, tornar-se cega. Precisamos assistir às “aulas de recuperação” da fé, que volta a despertá-la, e assim torna novamente perceptível a voz do Criador em nós, suas criaturas (9).


O RESPEITO HUMANO, TRAIÇÃO DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA

O Juiz do mundo, que um dia voltará para nos julgar a todos nós, está ali, aniquilado, insultado e inerme diante do juiz terreno. Pilatos não é um monstro de maldade. Sabe que esse condenado é inocente, e procura um modo de libertá-lo. Mas o seu coração está dividido. E, por fim, faz prevalecer a sua posição, a si mesmo, acima do direito. Também os homens que gritam e pedem a morte de Jesus não são monstros de maldade. Muitos deles, no dia de Pentecostes, sentir-se-ão emocionados até ao fundo do coração (At 2, 37) quando Pedro lhes disser: a Jesus do Nazaré, homem acreditado por Deus junto de vós, <...>, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa (At 2, 22-23). Naquele momento, porém, sofrem a influência da multidão. Gritam porque os outros gritam e tal como os outros gritam. E assim a justiça é espezinhada pela covardia, pela pusilanimidade, pelo medo do diktat da mentalidade predominante. A voz sutil da consciência fica sufocada pelos gritos da multidão. A indecisão, o respeito humano dão força ao mal (10).


FALSAS PROMESSAS

Cristo diz: Guardai-vos dos falsos profetas que vêm a vós sob disfarce de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos os conhecereis. Parece uma advertência contra as seitas e heresias.

É uma interpretação possível. Mas também é uma advertência contra qualquer regra fácil. Jesus nos previne contra os “curandeiros do espírito”. Diz que a nossa norma deve ser perguntarmo-nos: “Como vive essa pessoa? Quem é na realidade? Que frutos produzem ele e o seu círculo? Analise isso e verá a que conduz”.

Essa norma prática, ditada por Cristo à vista do momento em que viveu, projeta-se sobre a História. Pensemos nos pregadores da salvação do século passado, quer se trate de Hitler ou dos pregadores marxistas; todos vieram e disseram: “Trazemos a justiça para vós”. No princípio, pareciam mansas ovelhas, mas acabaram sendo grandes destruidores. Mas também diz respeito aos numerosos pequenos pregadores que nos dizem: “Eu tenho a chave, age assim e em pouco tempo conseguirás a felicidade, a riqueza, o êxito”.

William Shakespeare, evidentemente um católico, viveu com intensidade a roda da existência. Como bom pedagogo, no fim ofereceu uma recomendação, algo assim como a essência do seu conhecimento mundano: “Compra tempo divino, vende horas do triste tempo terrenal”. São palavras sábias, como as que se esperam de um grande homem. O tempo mais bem aproveitado é o que se transforma em algo duradouro: é o tempo que recebemos de Deus e a Ele devolvemos. O tempo que é pura transição desmorona e se transforma em mera caducidade (11).


A REGRA DE OURO

O Sermão da Montanha não corresponde necessariamente às idéias tradicionais. Opõe-se até às nossas definições de sorte, grandeza, poder, êxito ou justiça. E, no seu final, oferece ao seu público um resumo, quase que uma lei das leis, a “regra de ouro” da vida. Diz assim: “Portanto, tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”.

A regra de ouro já existia antes de Cristo, embora formulada de maneira negativa: “Não faças a ninguém o que não queres que te façam”. Jesus a supera com uma formulação positiva que, como é lógico, é muito mais exigente.

Na minha opinião, o que é grandioso é que já não se volta a comparar quem fez o que, quando, como, a quem; que a pessoa já não se perde em diferenciações, mas compreende a missão essencial que nos foi confiada: abrir bem os olhos, abrir o coração e encontrar as possibilidades criativas do bem. Já não se trata de perguntar que é o que eu quero, mas de trasladar para os outros o meu desejo. E esta entrega autêntica, com toda a sua fantasia criativa, com todas as possibilidades que abre diante de nós, está recolhida numa regra muito prática, para que não fique reduzida a um sonho idealista qualquer (12).


VIVER AS VIRTUDES

Creio que todo o mundo gostaria de saber como levar uma vida correta, <...>, como levá-la ao cume sentindo-se à vontade consigo mesmo. Antes de morrer, o grande ator Cary Grant deixou à sua filha Jennifer uma carta de despedida comovente. Quis dar-lhe nela algumas recomendações adicionais para o caminho. “Queridíssima Jennifer”, escreveu, “viva a sua vida plenamente, sem egoísmo. Seja comedida, respeite o esforço dos outros. Esforce-se para conseguir o melhor e o bom gosto. Mantenha puro o juízo e limpa a conduta”. E prosseguia: “Dê graças a Deus pelos rostos das pessoas boas e pelo doce amor que há por trás dos seus olhos... Pelas flores que ondulam ao vento... Um breve sono e despertarei para a eternidade. Se não despertar como nós o entendemos, então continuarei a viver em você, filha queridíssima”.

De certa forma, soa a católico. Seja como for, é uma carta belíssima. Se era católico ou não, não sei, mas certamente é a expressão de uma pessoa que se tornou sábia e compreendeu o significado do bem, e tenta transmiti-lo, além disso, com uma assombrosa amabilidade (13).
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NOTAS:

(1) Fe, verdad y cultura. Reflexiones a propósito de la encíclica Fides et ratio, Primeiro Congresso Internacional da Faculdade San Dámaso de Teologia, Madrid, 16.02.00.
(2) Letter to Norfolk, pág. 261.
(3) Do conhecido poema Lead, kindly light.
(4) Correspondence of J. H. Newman with J. Keble and Others, págs. 351 e 364.
(5) Verdad, valores, poder, págs. 56-64.
(6) A. Görres, “Schuld und Schuldgefühle”, em Internationale katolische Zeitschrift “Communio”, 13 (1948), pág. 434.
(7) Ibid., pág. 142.
(8) “Se quiseres a paz, respeita a consciência de cada um (Consciência e verdade)”, em Wahrheit, Werte, Macht. Prüfsteine der pluralistischen Gesellschaft, Herder, Friburgo, 1993; trad. esp. Verdad, valores, poder. Piedras de toque de la sociedad pluralista, Rialp, Madrid, 2000, págs. 40-55.
(9) Entrevista a Jaime Antúnez Aldunate.
(10) Via-sacra no Coliseu, Primeira estação: meditação, Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, Roma, 14.04.05.
(11) La fe, de tejas abajo.
(12) La fe, de tejas abajo.
(13) La fe, de tejas abajo.


qadrante.com.br
01/10/2007 06:59
 
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El libro de Ratzinger

Dos factores se han juntado para explicar el fulgurante éxito de ventas del reciente libro de Benedicto XVI. Primero, el tema del libro, la figura de Jesús de Nazaret, que suscita un interés renovado en nuestros días. En segundo lugar, resulta novedoso que un Papa escriba un libro a título personal, sin considerarlo un acto del magisterio propio de su cargo, admitiendo explícitamente que «cada cual es libre de contradecirle» y pidiendo sólo «a los lectores y a las lectoras una disposición de simpatía sin la cual no puede haber comprensión alguna». En los tiempos modernos nadie ha llegado a Papa poseyendo previamente una personalidad tan perfilada y una proyección pública tan notable como Ratzinger. Por eso es muy explicable que su libro encuentre a priori críticas acerbas y elogios entusiastas, detractores apasionados y turiferarios serviles. Sería triste que los prejuicios impidiesen la lectura reposada de una obra muy valiosa. Pero temo, sobre todo, a los más papistas que el Papa, a los que ya están enarbolando y citando su libro como expresión oficial de la fe cristiana. En las líneas que siguen quisiera expresarme con la simpatía reclamada por el autor, que no me cuesta cuando de un libro sobre Jesús se trata, con espíritu crítico y libertad, sin las cuales mejor es no empuñar la pluma, y con claridad, evitando tecnicismos, para no agobiar a los benévolos lectores.

¿Es acertado que un Papa vierta sus opiniones personales en un campo teológico tan importante? ¿No se pueden confundir las reflexiones teológicas de Joseph Ratzinger con el magisterio pontificio de Benedicto XVI? Al de poco de comenzar su lectura se comprende que Ratzinger no haya querido renunciar a escribir este libro, que había comenzado a preparar en el verano de 2003, para el que ha sacado tiempo siendo ya Papa y que, como él mismo afirma, «responde a un largo itinerario interior». En efecto, este libro no es el resultado de una investigación académica, sino el destilado de la reflexión de toda una vida de estudio sí, pero también de experiencia espiritual y de preocupación por la situación del cristianismo en Europa especialmente, muy condicionada, como es obvio, por visiones y opciones muy particulares.

Me parece que en este libro late una preocupación que el autor manifestó siendo aún cardenal y que ha reiterado una vez Papa: hay una exégesis científica de la Biblia -unos estudios críticos- muy sofisticados, acreditados académicamente, pero que en vez de sacar a la luz la relevancia religiosa actual de los textos los diseccionan analíticamente y los dejan en su pasado. Cita Ratzinger la novela de Vladimir Solovyev 'Relato sobre el Anticristo', en la que el Anticristo ha recibido el doctorado honoris causa por la Universidad de Tubinga y es un gran experto en Biblia. Expresa así el malestar que le produce buena parte de los estudios bíblicos actuales: «Los libros más destructores de la figura de Jesús y desmanteladores de la fe se han basado en presuntos resultados de la exégesis». Ratzinger es duro, pero matiza. Afirma que los métodos de la exégesis científica de la Biblia, que buscan determinar el sentido de los textos atendiendo a los géneros literarios y a la mentalidad de la época en que se escribieron, son imprescindibles, pero no bastan. Sin entrar en mayores profundidades, lo que propugna es una lectura creyente de estos textos teniendo en cuenta el conjunto de la fe de la Iglesia. Se lamenta Ratzinger de que incluso los mejores especialistas católicos recientes sólo hayan dado visiones parciales e hipotéticas sobre el Jesús de la historia. Él intenta colmar este vacío con su libro, que es una reflexión espiritual y teológica sobre Jesús de Nazaret, escrito de forma bella, elegante y clara.

Me voy a permitir tres apreciaciones sintéticas. Ratzinger-Benedicto XVI (así viene firmado el prólogo de la obra) tiene razón si lo que pretende es salir al paso de unos estudios bíblicos sensacionalistas, que convierten hipótesis frágiles en postulados científicos; también es verdad que los estudios de los textos bíblicos no pueden ser la sala de disección de unos cadáveres. Todo texto clásico tiene una capacidad de evocación y sugerencia, que va más allá de la intención expresa de sus autores. Y esto vale muy especialmente para muchos textos bíblicos. Pero en el libro del que estamos hablando no se ve la relación entre unos estudios críticos -que en teoría se aceptan y que, en mi opinión, son el intento más colosal por introducir la razón de la modernidad en el seno de la fe religiosa- con las reflexiones teológicas que parten de esos textos. Quizá una de las mejores y más aceptadas aportaciones de los estudios históricos sobre Jesús ha sido iluminar el contexto en que se movió: pienso en los estudios históricos y arqueológicos sobre Galilea, el avance en el conocimiento del judaísmo, las aportaciones de la antropología sobre los valores y la mentalidad de aquel tiempo. Todo este bagaje, que no procede fundamentalmente del mundo germánico, muy importante para situar y conocer mejor a Jesús, no es tenido en cuenta en el libro y ni siquiera es mencionado en la bibliografía.

La preocupación del autor es otra y muy legítima por cierto: hacer ver que sin penetrar en la peculiar experiencia religiosa de Jesús no se puede entender nada de su persona ni de su mensaje. El libro pretende mostrar que la fe posterior que proclama a Jesús Hijo de Dios de forma única e insuperable hunde sus raíces en la historia misma del Nazareno. Jesús no era el profeta de una utopía social ni predicaba una mera moral humanista. Él hablaba de Dios, de su cercanía gratuita y amorosa a los seres humanos y, al mismo tiempo, se presentaba a sí mismo en una relación íntima y no parangonable con ese Dios a quien llama Padre. Pienso que, contra lo que promete el título, nos encontramos no con un libro sobre Jesús, preocupado por su historia, sino con una reflexión sobre Dios a partir de elementos centrales que un creyente confiesa en Jesús. Ratzinger hace, como de pasada, frecuentes e interesantes referencias a la actualidad y hay una que se repite especialmente: la gran tentación de la cultura contemporánea es olvidarse de Dios y esto lleva indefectiblemente al empobrecimiento del sentido de la vida. Así, por ejemplo, critica las ayudas de los países ricos al Tercer Mundo porque «han prescindido de las estructuras religiosas, morales y sociales existentes y han introducido su mentalidad técnica en el vacío. Creían poder transformar las piedras en pan, pero han dado piedras en vez de pan».

Ratzinger critica brevemente las utopías sociales que pretendían sustituir a Dios, porque han fracasado y son cosa del pasado; en cambio considera de mayor actualidad la filosofía de Nietzsche, que ataca la moral del cristianismo como «crimen capital contra la vida». El filósofo alemán afirma: «No queremos para nada el reino de los cielos. Somos, por fin, hombres; queremos el reino de la tierra». El Sermón del Monte, con el elogio de la misericordia, de los pobres, de los mansos, es una moral de resentimiento que intenta vengarse de los fuertes y de quienes han tenido éxito. Tiene razón Ratzinger: mucha de esta mentalidad nietzscheana ha penetrado en nuestra cultura y condiciona en gran parte la forma de valorar la vida. En este punto el libro raya a gran altura y afronta un gran tema cultural de nuestro tiempo. Es verdad que Jesús propone una alternativa al curso que espontáneamente toma una historia en manos y al servicio de los poderosos. El Sermón del Monte desvela los caminos alternativos del amor y la verdadera vocación del hombre.

No sería justo valorar el libro de Ratzinger desde un punto de vista estrictamente histórico, pero sí hay un elemento que echo en falta y afecta a su decidida presentación teológica de Jesús: la poca presencia de los pobres, de los marginados, de las mujeres despreciadas, de las gentes oprimidas del campo galileo, que no aparecen prácticamente en su forma de hablar de Dios y de la experiencia religiosa de Jesús. Se puede explicar por la sensibilidad del autor y por la insuficiente contextualización del ministerio de Jesús. Quizá el intelectual germano, preocupado por lo universal y racional -desde ahí reivindica a Dios en la cultura europea- no ha dado suficiente importancia a algunos datos incuestionablemente históricos: Jesús acoge a gente de mala fama y comparte la mesa con ellos, cura a los enfermos, da de comer a los hambrientos, proclama que Dios está especialmente cercano de los pobres y de quienes sufren. La interpretación crítica de la Biblia supone un reto a la fe de la Iglesia, pero la hace culturalmente viable y, sobre todo, la llama a conversión y la pone en movimiento. Lo que falta en este libro es la articulación de su profunda y bella meditación teológica con la toma en consideración de los resultados críticos sobre la historia de Jesús.

RAFAEL AGUIRRE
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24/10/2007 05:03
 
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En el Theresianum de Munich se recordó el paso del cardenal Ratzinger
50 años de la Institución Teresiana en Alemania y Austria




MUNICH, martes, 23 octubre 2007 (ZENIT.org).- Con una celebración eucarística y cincuenta velas encendidas, la Institución Teresiana (IT) en Alemania y Austria celebró su medio siglo de presencia, y cuarenta años al frente de la Residencia Theresianum en Munich, informa desde la página de la IT María Teresa Lauzurica, que vivió en primera persona en este país lo que se celebra.

En la celebración del 13 de octubre en Munich participaron unas 140 personas.

En la Eucaristía en la parroquia San Juan Bautista, concelebrada por varios sacerdotes, el obispo auxiliar, Engelbert Siebler que presidió la liturgia, recordó un texto de la autobiografía de Santa Teresa en el que, con el simbolismo del riego de un huerto, habla de cuatro modos de oración.

El obispo recordó también dos citas de san Pedro Poveda en las que habla de su preocupación constante... «que Cristo se forme en vosotros… y de la misión del miembro de la Institución « sazonar lo desabrido allí a donde va».

Tras la eucaristía, dos estudiantes de la residencia iniciaron el acto con una pieza musical. En nombre de la directora de la Institución, Loreto Ballester, la consejera general Pilar Ferrer, saludó a los asistentes y fue recordando momentos clave de la historia de la Asociación Institución Teresiana.

«Recordó los 50 años de presencia en Alemania y terminó sus palabras deteniéndose en el gozo de la presencia aquí de la Institución y la confianza en que Dios seguirá guiando sus pasos en esta nación», precisa Lauzurica.

En una presentación audiovisual, se hizo un recorrido de la vida de la asociación en Alemania y Austria, su relación con los cuatro cardenales que estuvieron al frente de la diócesis de Munich, y un recuerdo especial de la visita al Theresianum del entonces cardenal Ratzinger, hoy Papa Benedicto XVI.

En el salón de la Residencia, un miembro de la Junta de la Asociación Solidarität und Kultur, antigua alumna de la residencia, encendió 50 lamparitas flotantes, creación trabajo de los hombres sin techo a los que atiende esta asociación creada por personas relacionadas con la IT.
«Se palpaba un ambiente de gratitud y el deseo de hacer realidad las palabras de Pilar Ferrer en su saludo», concluye María Teresa Lauzurica.

Más información: www.institucionteresiana.org




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Ratzinger entró en las Juventudes Hitlerianas por miedo, "como todos los chicos alemanes"


Benedicto XVI y su hermano, el sacerdote Georg Ratzinger, se alistaron en las Juventudes Hitlerianas (Hitlerjugend) "como todos los chicos alemanes", a la fuerza. "No presentarse a las convocatorias habría tenido consecuencias muy negativas", afirma Georg, aunque recuerda cómo el padre de ambos, un agente de policía, fue siempre un "gran opositor" del nazismo. "El nacionalsocialismo sería una catástrofe. No sólo era un gran enemigo de la Iglesia sino de todas las religiones y de la humanidad", recuerda que dijo en alguna ocasión.

Georg Ratzinger ha revelado en una entrevista nuevos detalles de la juventud del Papa. Un primo de ambos, hijo de la hermana de su madre, "fue llevado a un campo de exterminio, donde murió asesinado" por padecer problemas mentales.

El hermano de Benedicto XVI, de 84 años, recuerda la oposición al nazismo de ambos. Así, Joseph Ratzinger no acudía a las concentraciones de las Juventudes hitlerianas, lo que supuso un "daño económico a la familia, que no pudo beneficiarse así del descuento sobre las tasas escolásticas".

En su relato, cuenta como la Segunda Guerra Mundial "marcó profundamente" sus vidas, ya que ambos fueron llamados a combatir por el ejército nazi. "Nuestros objetivos e ideales eran totalmente opuestos a los de Hitler, pero, por desgracia, éramos soldados. No veíamos la hora de que llegase el final de la guerra", señaló.

Además, George comentó que en la región donde vivían "no había judíos", y que no supieron nunca lo que se les hacía, ni las injusticias que cometieron contra ellos los nazis.

Una familia muy unida

En la larga entrevista, Georg, de 84 años, explicó que su hermano pequeño era un niño vivaz, pero no un terremoto. Que siempre estaba contento y amaba a los animales y las plantas, y que en general sentía muy atraído por todo lo que era la naturaleza.

El sacerdote aseguró que la familia Ratinzger, estaba "muy unida". Se comía siempre juntos, y por la noche el padre hacia sonar la cetra (instrumento barroco) y se cantaban canciones.

Los hermanos Ratzinger nunca destacaron en el deporte. "Éramos los más pequeños y débiles de nuestras clases y no lográbamos seguir el ritmo de nuestros compañeros", indicó Georg.

Benedicto XVI, según cuenta su hermano, no eligió enseguida convertirse en sacerdote, pues un día, mientras veía trabajar a un obrero que pintaba las paredes de casa, expresó su deseo de ser también "pintor de brocha gorda".

Georg aseguró que su hermano "se ha acostumbrado rápidamente a su condición de Papa" y que lo vive como "un designio de Dios" y se "empeña con todas sus capacidades".

Para el hermano de Benedicto XVI, la imagen de persona dura que tiene el Papa "no corresponde a la realidad", pues "no ha sido nunca un hombre brusco ni ha ofendido nunca a nadie. Siempre ha mostrado respeto por la opinión de los demás".

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